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Cuiabá, 26 de Abril de 2024
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06 de Setembro de 2013, 08h:30 - A | A

NACIONAL / BRUTALIDADE

Mulher que teve olhos perfurados passa pela segunda cirurgia, em GO

Para médico, paciente se recupera bem, mas deve ser operada novamente. Mara Rúbia foi ferida em Goiânia pelo ex-marido, que continua foragido.

DO G1



A operadora de caixa Mara Rúbia Guimarães, de 27 anos, que foi torturada e teve os olhos perfurados pelo ex-marido, passou pela segunda cirurgia na quinta-feira (5), em Goiânia. O médico responsável pelo tratamento dela, Antônio Sagawa, disse que a paciente se recupera bem. "O prognóstico era bem sombrio. A evolução é muito satisfatória nessas primeiras horas”, afirmou. No entanto, a mulher deve ser submetida a novo procedimento cirúrgico. O suspeito de agredi-la continua foragido.

O médico informou que as lesões provocaram uma catarata no olho direito de Mara Rúbia, onde também será necessário reconstruir a parte detrás do globo ocular. Já no olho esquerdo, o ferimento foi na pupila, que também deve passar por correções.

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De acordo com o médico, a visão da operadora de caixa não será como antes, mas é provável que ela enxergue mais do que os 25% previstos inicialmente. Para Antônio Sagawa, a recuperação dela é quase um milagre. "Pela lesão e pelo aspecto da lesão, [a recuperação] é basicamente a presença de Deus na vida dela", comentou o médico.

A mãe da mulher, Raquel Mori, teve de se mudar de Corumbá de Goiás para Goiânia para poder cuidar da filha. Após uma consulta, na última segunda-feira (2), os médicos informaram à mãe que Mara Rúbia "poderia não enxergar mais".

Mara Rúbia foi ferida na última quinta-feira (29), em Goiânia, quando chegava em casa do trabalho para almoçar. Segundo a família, o ex-marido, com quem havia sido casada por seis anos, já a esperava escondido na residência. Depois de amarrar e torturar a ex-mulher, o suspeito perfurou os dois olhos dela com uma faca de mesa.

Olhos fechados

A operadora de caixa tem feito exames e consultas regularmente para dar continuidade ao tratamento. Ainda triste, ela diz que é complicado viver sem poder abrir os olhos e enxergar. "Ficar 24 horas com o olho fechado, no escuro, sendo que eu só fechava para dormir não é fácil", lamenta.

Sem a visão, ela conta que tem vontade de voltar a ler e está com saudade do filho, que está morando na casa dos avós paternos. A mulher não consegue entender porque foi vítima de uma maldade tão grande e confessa que, apesar de orar muito, sente raiva do ex-marido.

“Oro pedindo para não sentir ódio. Peço a Deus que não me deixe sentir ódio e para limpar meu coração. Peço para não me deixar pensar nada negativo e converso bastante com Deus. Mas tem horas que não tem jeito. Tem horas que vem aquele ódio bem grande. Que ele vá preso e fique trancado, isso que eu tenho vontade", estima.

Investigação

Mara Rúbia afirmou que procurou a polícia por quatro vezes para denunciar o agressor, que continua foragido. No entanto, a adjunta da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), Aline Leal, diz que a mulher procurou ajuda uma vez, no dia 11 de março deste ano. Na ocasião, a investigação não foi adiante porque a operadora de caixa, com medo, não teria pedido proteção.

“Feito o registro da ocorrência, a vítima manifesta pela instauração do inquérito e, no decorrer, ela pode solicitar as medidas protetivas. Aí enviamos o material ao Judiciário para avaliação. Mas isso não ocorreu”, explicou a delegada.

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