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Cuiabá, 26 de Abril de 2024
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11 de Setembro de 2013, 08h:12 - A | A

NACIONAL / CASO RARO

Após sofrer AVC, executivo brasileiro não consegue parar de doar dinheiro a estranhos

CASO É ESTUDADO NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO. PARA ESPECIALISTAS, PACIENTE SOFREU UM TRAUMA QUE MODIFICOU SUA PERSONALIDADE

DO G1



Após sofrer um AVC (Acidente Vascular Cerebral), um executivo brasileiro de 49 anos não consegue parar de doar comida e dinheiro a estranhos. O caso inédito, que está sendo estudado por médicos da Universidade Federal do Rio de Janeiro, foi publicado no jornal especializado Neurocase em sua edição de agosto.

Ao que tudo indica, o trauma sofrido pelo brasileiro afetou uma região do cérebro responsável pela tomada de decisões e pensamentos difíceis. Assim, o "Senhor A", como o paciente pediu para ser identificado, não é capaz de parar de dar dinheiro, doces e comidas a pessoas pobres com quem cruza na rua. Sua esposa disse aos médicos que a situação está gerando um grande estresse familiar, já que os atos filantrópicos do marido causaram graves danos ao orçamento da casa.

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Para Leonardo Fontenelle, um dos membros da equipe que examinou o executivo, os sintomas de "generosidade excessiva e persistente parecem um transtorno no controle dos impulsos". Segundo ele, mudanças de personalidade desse nível não são comuns em pacientes com lesões como as sofridas pelo "Sr. A" com o AVC. Da mesma maneira, para Larry Goldstein, neurologista da Universidade da Carolina do Norte, o caso é bastante raro. "Embora a mudança de personalidade não seja tão incomum, esta em particular é aparentemente nova".

O grande interesse dos especialistas é desvendar o que incentiva o comportamento filantrópico do executivo. Ter essas informações em mãos poderia ajudar a descobrir quais áreas são responsáveis pelo "delicado equilíbrio entre altruísmo e egoísmo, que consiste em um dos pilares da tomada de decisões".

Se recuperando do AVC, o executivo brasileiro disse aos especialistas que tinha consciência de seu comportamento. Ele afirmou também que decidiu parar de trabalhar, pois tinha visto a morte de perto e queria aproveitar a vida, "que é muito curta".

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