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Cuiabá, 13 de Maio de 2024
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15 de Julho de 2019, 16h:40 - A | A

PODERES / GRAMPOS DA PM

Cabo: Gaeco escondeu 'enxurrada' de irregularidades e simulou auditoria

O cabo Gerson Corrêa Junior destacou que, à época, foram encontradas dezenas de irregularidades no Sistema Guardião, usado pelo MP, para interceptações.

RAFAEL DE SOUSA
DA REDAÇÃO



No pedido de delação premiada, que foi negado pelo Ministério Público Estadual (MPE), o cabo da Polícia Militar, Gerson Corrêa Junior, revelou que o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), omitiu uma “enxurrada de irregularidades” dentro da “Operação Metástase”, que tinha entre os alvos o ex-deputado estadual José Geraldo Riva (veja aqui).

De acordo com o cabo, a auditoria do Gaeco teve início em outubro de 2015, segundo ele, a pedido do ex-governador Pedro Taques (PSDB), após ser informado pelo então secretário de Estado Segurança Pública, Mauro Zaque, sobre as interceptações telefônicas ilegais no âmbito da Polícia Militar. No entanto, segundo Gerson, o procedimento foi arquivado depois que a coordenação do Gaeco simulou auditoria e o afastou da Gerência de Interceptação Telefônica.

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Ao questionar o cabo Euclides Luiz Torezan sobre auditoria, Gerson disse ter sido informado que as apurações foram determinadas pelo o então coordenador do Gaeco, promotor Marco Aurélio, e tinham como finalidade verificar ilegalidades no sistema Guardião, tais como: operações alienígenas às atribuições do grupo; inserção indevidas de terminais telefônicos como foram apresentados na documentação remetida por Taques.

Em posse da informação, Gerson Corrêa Junior comunicou o promotor Marco Aurélio de que seria localizado o terminal telefônico do tenente-coronel Adalberto Gonçalves de Paula, número final 2294, incluído no bojo da segunda fase Operação Metástase, como sendo de propriedade da alvo Maria Helena Ribeiro Ayres Caramelo [ então chefe de gabinete de José Riva], que também foi objeto de interceptação no caso dos “grampos” realizados pela PM.

“Diante do posicionamento firme e coerente que há no sistema Guardião o enxerto proposital realizado pelo CB CORREA, a Coordenação do GAECO deliberadamente dissimula essa líquida e certa identificação com fito precípuo de proteger uma eventual enxurrada de irregularidades, além da Operação Metástase”, diz trecho do documento.

Os fatos foram, de acordo com o cabo da PM, camuflados até 2017 quando, quando o caso que ficou conhecido como a “Grampolândia Pantaneira” veio à tona.

Como provas, Gerson indicou a realização de uma auditoria eficaz procedida por corpo técnico externo ao MP/MT identificaria o fato encoberto naquela ocasião.

Para comprovar o depoimento, o Ministério Público pode pedir auditoria no Sistema Guardião visando confrontar e comprovar a inclusão do terminal no bojo da Operação Metástase; atenção para o código do guardião que estava à época; localizar documentos que consignou resultados das auditorias junto ao Gaeco. Além disso, segundo o militar, ainda há documentos remetidos ao ex-governador Pedro Taques, petição do grupo sobre interceptação telefônica, decisão judicial Vara do Crime Organizado e reportagens na imprensa que narram a realização de auditorias.

Outro lado

Sobre a suposta omissão a respeito das auditorias do Gaeco, sob comando do promotor Marco Aurélio de Castro, em outubro de 2015, o procurador Domingos Sávio de Barros Arruda, coordenador do Naco, responsável pela investigação, argumentou “se o então coordenador do Gaeco já sabia do ‘escritório de arapongagem’, além disso, havia dele se utilizado, por que ficar ‘muito nervoso’ e afastar o colaborador da Gerência de Interceptação Telefônica do Gaeco? Não faz sentido”.

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