Folha-SP
Os jogadores da seleção italiana foram recebidos com vaias e gritos de "vergonha" por um pequeno grupo de torcedores, na chegada ao aeroporto internacional de Roma, após a eliminação na primeira fase da Copa do Mundo da África do Sul.
A passagem dos jogadores e comissão técnica pelo saguão do aeroporto foi transmitida ao vivo por canais de televisão italianos. Em silêncio, com semblantes sérios e tensos, os jogadores deixaram o terminal protegidos por um cordão policial, com exceção dos atletas que seguiram viagem até Milão, que permaneceram no aeroporto.
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Entre os que concluíram sua viagem em Roma, estava o capitão Fabio Cannavaro, que foi um dos principais alvos das críticas dos torcedores, que gritavam "vá para Abu Dhabi", em referência ao contrato assinado pelo jogador com o Al Ahli para as duas próximas temporadas.
Um dos poucos que falou com a imprensa, o meia-atacante Simone Pepe criticou a capa do jornal "il Giornale", de propriedade da família de Silvio Berlusconi (presidente do Milan e primeiro-ministro da Itália), que estampou 11 caixões azuis em um campo de futebol, após a derrota italiana para a Eslováquia por 3 a 2.
"Quem aqui escreve para 'il Giornale'? Não há ninguém. Por terem colocado esses caixões na capa, parece que são coveiros", afirmou Pepe, dizendo que o jornal "se excedeu" nas críticas.
Em sua chegada a Roma, Pepe afirmou que os jogadores compartilham um sentimento de grande "amargura", e disse que a campanha italiana na Copa foi uma "tragédia esportiva".
O atacante Fabio Quagliarella, um dos destaques do jogo contra a Eslováquia, disse que preferia ver a Itália classificada a ter oportunidade de jogar.
"Todos temos culpa, pedimos perdão, e esperamos que no futuro a Itália esteja mais forte", declarou Quagliarella.