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Cuiabá, 26 de Abril de 2024
26 de Abril de 2024

25 de Fevereiro de 2012, 08h:21 - A | A

OPINIÃO / JOSÉ LACERDA

Modal ferroviário e a economia de MT (Parte I)

JOSÉ LACERDA



No mercado globalizado, o setor produtivo e as empresas sempre estão em busca de otimizar valores aos seus processos logísticos para se manterem competitivas em relação a outros mercados e empresas. Por isso, é muito importante o modal ferroviário para o transporte do setor produtivo mato-grossense, com várias vantagens de custo, de condições favoráveis no percurso do deslocamento da carga e na diminuição de perdas de grãos.

Mato Grosso é um dos estados que tem importante contribuição para o desempenho econômico do País, apresentando um ritmo acelerado de crescimento de sua economia, muito acima do desempenho nacional.

De 2000 a 2008, o PIB real mato-grossense aumentou em 104%, crescendo em média 9,35% ao ano. A exportação do Estado representou, em 2010, 4,2% da exportação nacional e em 2011, representou 56% das exportações do Centro-Oeste. De 2002 a 2011 houve um aumento de 430% nas exportações do Estado.

A realidade de nosso Estado em ser o maior produtor de grãos e de carne bovina no País, terceiro maior produtor de minério, aliado ao crescimento anual de produção e exportação, coloca o governo de Silval Barbosa a ter o foco voltado à consolidação das ferrovias e a integração intermodal dos corredores logísticos brasileiros. Dos 7 corredores logísticos brasileiros, Mato Grosso está inserido em três, proporcionando vetores tanto para o Norte e Nordeste, quanto para o Centro-Sul.

A Ferrovia Senador Vuolo (a Ferronorte) já é utilizada, em Mato Grosso, há 10 anos. Em 2008, movimentou mais de 8 milhões de toneladas úteis de carga pelos trilhos. Esse modal ferroviário, em projeto de expansão contínua, desempenha um importante papel na logística de realizar a interligação ferroviária entre a região metropolitana de Cuiabá e Rondonópolis.

A ideia da construção de uma ferrovia interligando o Centro-Oeste ao Sudeste do País foi proposta por Euclides da Cunha, em 1901. Em 1975, Vicente Vuolo, então deputado federal de Mato Grosso, apresentou Projeto de Lei para a inclusão no Plano Nacional de Viação de ligação entre o estado de São Paulo e Cuiabá. O traçado da ferrovia partiria de Rubinéia (SP), passando por Aparecida do Taboado (na época, ainda em Mato Grosso, hoje pertencente a Mato Grosso do Sul), Rondonópolis (MT) e atingiria Cuiabá (MT), conforme a Lei 6.346, de 6 de julho de 1976.

Em 19 de maio de 1989 foi assinado o contrato de concessão da ferrovia e, após inúmeros adiantamentos, foram iniciadas em 1991 as obras do trecho Santa Fé do Sul (SP) e de Alto Araguaia (MT), concluídas em 1998, quando o trecho passou a entrar em operação. Posteriormente, foi criada a holding Brasil Ferrovias, que congregava a operação da Novoeste, Ferronorte e Ferroban. Em 2006, o controle do Grupo Brasil Ferrovias foi assumido pela América Latina Logística . A Ferronorte passou a ser denominada América Latina Logística Malha Norte S.A, após aprovação em 6 de agosto de 2008 pela ANTT- Agência Nacional de Transportes Terrestres (Deliberação 289/08).

O padrão de operação da ALL imprimiu novas perspectivas e alta rentabilidade à Ferrovia Senador Vuolo. A logística utilizada é de baixa capacidade estática e alta capacidade de transbordo, com terminais operantes 24 horas por dia, sete dias por semana. A capacidade atual de recebimento de 800 a 900 caminhões por dia e capacidade atual de carregamento diário de 580 vagões.

Em Rondonópolis já está em construção a maior área de um Terminal Ferroviário da América Latina, com cerca de 390 hectares e capacidade para carregar dois trens de 120 vagões, simultaneamente.

Outra perspectiva é a participação da Secretaria Extraordinária de Acompanhamento da Logística Intermodal de Transporte (Selit) no Grupo de Estudo das ações de articulação desenvolvidas pelo governador Silval Barbosa (MT) junto ao China Development Bank Corporation – CDBC e China Railway Engineering Co. (CREC), ambas estatais chinesas interessadas em investir na construção e operacionalização do trecho Cuiabá-Santarém. Isto intensificará ainda mais a demanda do trecho Cuiabá – Rondonópolis – Santos, tanto no sentido Norte/Sul, quanto no sentido Sul/Norte.

Quando a ferrovia chegar a Cuiabá sairão duas ramificações de integração do intermodal: o de Cuiabá-Santarém e o de Cuiabá-Porto Velho. Esses corredores logísticos permitirão a saída da produção mato-grossense para o Norte e para o Leste.

*José Lacerda é secretário-chefe da Casa Civil do Governo de Mato Grosso.

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