DA REDAÇÃO
A Justiça determinou o afastamento do delegado Paulo Vilela, do cargo de diretor da Polícia Civil de Mato Grosso, na tarde desta terça-feira (31). O Juiz Fábio Henrique Rodrigues de Moraes Fiorenza, da 5ª Vara Federal de Cuiabá, aceitou a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra o delegado. O MPE pediu o afastamento e a condenação de Vilela por suposto crime de quebra de segredo de Justiça e prevaricação para beneficiar o presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, José Geraldo Riva (PSD).
Segundo informações publicadas no site Mato Grosso Notícias, no dia 3 de outubro, o delegado editou uma portaria na qual avocava (atraía para si a atribuição sobre) os documentos de investigação em trâmite na Delegacia de Polícia de Campo Verde (MT), que apurava crimes supostamente cometidos deputado nas eleições de 2010.
Ainda segundo a denúncia, no dia seguinte, os assessores de Vilela juntamente com um assessor de Riva foram a Campo Verde buscar o documento da investigação. Após conseguir o material que continham informações sobre interceptações telefônicas e documentos apreendidos, o delegado as passou para Éder Moraes, então Chefe da Casa Civil de Mato Grosso, quebrando sigilo funcional.
Para os procuradores da República responsáveis pelo caso, o delegado quis tomar a responsabilidade sobre a investigação para proteger ilicitamente Geraldo Riva e, com a eleição do deputado, conseguir e receber favores políticos junto à administração, mantendo-se no cargo ocupado.
E as investigações, também conforme os procuradores, só não foram frustradas porque o delegado de Campo Verde informou ao Juízo Eleitoral, sobre a portaria, que juntamente com o Ministério Público determinou que a investigação passasse a ser conduzida pela Polícia Federal.
OUTRO LADO
O RepórterMT entrou em contato com o deputado José Riva que, através da assessoria, informou que não vai se pronunciar sobre o assunto, já que a denúncia é contra o delegado e não contra o parlamentar.
Já a assessoria de imprensa da Polícia Civil informou que Vilela está de férias e deve voltar no final desta semana aos trabalhos. Até o momento a administração não recebeu nenhum ofício comunicando o afastamento, mas que o afastamento ou a permanência no cargo deverá passar pelo Governador Silval Barbosa, via Secretaria de Segurança Pública. Na decisão o Juiz já definiu as datas para as oitivas de testemunhas, entre os que prestarão depoimento está o secretário Diógenes Curado.