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Cuiabá, 26 de Abril de 2024
26 de Abril de 2024

02 de Novembro de 2019, 08h:07 - A | A

GERAL / FINADOS

Tabu leva 99% das famílias cuiabanas a 'fugir' de cremação

Em um ano apenas 76 corpos foram cremados em Cuiabá. O número não representa nem 1% dos falecidos na Capital.

RAFAEL MACHADO
DA REDAÇÃO



Falar sobre morte é um tabu, ainda mais sobre a própria, no entanto, embora o assunto seja sensível, discuti-la é necessário devido ao processo burocrático e os custos. Um dos fatores que pode impactar no bolso é a forma de dissolução do corpo.

A forma mais tradicional é o sepultamento, mas desde o ano passado o processo de cremação começou a ser realizado em Cuiabá, no entanto, fatores culturais, religiosos e até o desconhecimento tem culminado na baixa procura dos familiares pelo processo de cremação do corpo. 

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Segundo o diretor da Pax Nacional Prever, Nilson Marques, desde outubro do ano passado, quando foi realizada a primeira cremação, até outubro deste ano, foram realizados processos de 76 cremação. Uma média de seis corpos cremados por mês na Capital. Do total, 17 corpos eram do interior ou de outros estados.

Ele destaca que os mortos cremados na Capital não representam 1% do número de pessoas falecidas por mês. 

Conforme o diretor, o processo de cremação fica mais barato do que os custos com jazigo. O valor para cremar um corpo é de aproximadamente R$ 4 mil, enquanto do jazigo é de cerca de R$ 5 mil.

Ele explica que o processo de cremação é seguro e impacta menos o meio ambiente do que acender um cigarro e o os efeitos provocados pelo percurso de 100 metros de uma moto.

A cremação do corpo só pode ser realizada após 48 horas após o falecimento. Além disso, é necessária a documentação assinada por dois médicos ou por um médico legista, e em caso de acidente ou morte violenta a família precisa obter autorização judicial.

O tempo de cremação demora cerca de três horas. O corpo é colocado na câmara principal em 850° C., os gases emitidos pelo fogo são incinerados em outra câmara com 1.000° C.

Ele comenta que devido à burocracia, um corpo chegou a ficar quatro meses na câmara fria para ser incinerado.

“Foi um estrangeiro que estava em Cuiabá. Como foi por morte violenta, tivemos que esperar toda a documentação para realizar o processo. Enquanto isso, ele ficou em uma câmara fria aguardando a finalização do processo para que depois pudéssemos cremá-lo. Outro fator que emperra a cremação é divergências entre os familiares. Em relação a isso, aguardamos uma decisão judicial para depois realizar o processo”, conta.

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