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Cuiabá, 04 de Maio de 2024
04 de Maio de 2024

03 de Abril de 2019, 19h:40 - A | A

GERAL / MORTE NA MATA

Tenente Schefer teria sido morto para não abrir inquérito contra PMs; Coronel descarta confronto com bandidos

Versão confronta fala dos acusados que afirmam que o disparo, que matou o tenente do Bope, foi acidental e aconteceu durante tiroteio na mata

MARCIO CAMILO
DA REDAÇÃO



O juiz Marcus Faleiros, da 11º Vara Militar de Cuiabá, deu início nesta quarta-feira (03) às oitivas dos réus e das testemunhas no caso do assassinato de Carlos Henrique Paschiotto Scheifer, tenente do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope). O crime aconteceu no dia 13 de maio de 2017, em uma região de mata no Distrito de União do Norte, em Peixoto de Azevedo. 

São acusados pela execução os policiais militares  cabo Lucélio Gomes Jacinto, o sargento Joailton Lopes de Amorim e o soldado Werney Cavalcante Jovino.

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Uma das testemunhas do caso, o coronel da PM Carlos Fernando, que produziu um inquérito policial contra os acusados, foi taxativo ao afirmar que a guarnição não estava trocando tiros com bandidos no momento em que Scheifer foi alvejado. A versão desmente os réus que afirmam que o tenente do Bope foi atingido por um disparo acidental durante tiroteio na mata.

Conforme Fernando, quando Scheifer é atingido, os policiais não se preocuparam em fazer a segurança do restante da guarnição, pois, em tese, mais policiais poderiam ser atingidos.  

“Se  eu estivesse naquela ação jamais faria o que eles fizeram. Teria que ter sido feito o fogo ao iminente perigo, pois eu não iria parar de atirar sob pena de toda guarnição morrer. Eles tinham plena certeza e convicção que o disparo saiu de um dos PMs da guarnição.  

O coronel ressaltou que não aconteceu confronto com bandidos no local, pois a mata tinha sofrido uma varredura pela PM um dia antes. “Não tinha perigo ali. Já estava tudo varrido, pois outros policiais já tinham atuado no local para tentar localizar os criminosos”, ressaltou.

Na denúncia, o MPE afirma que os PMs cometeram o crime na tentativa de evitar que Scheifer adotasse medidas que pudessem responsabilizá-los por desvio de conduta na operação que resultou na morte de um dos bandidos de roubo na modalidade “Novo cangaço”.

Inicialmente, conforme o MPE, os três sustentaram que a vítima havia sido atingida por disparo efetuado por suspeito não identificado, que estaria em meio à mata, do outro lado da rodovia. Após a realização do laudo pericial ficou comprovado que o projétil alojado no corpo do tenente partiu de um fuzil portado pelo Cabo Jacinto.

“Somente após a balística descortinar que o disparo, que atingira mortalmente o TEN Scheifer ter saído da arma de fogo portada pelo denunciado CB PM Jacinto, que então mudando a versão de outrora, ele alegou ter se equivocado da pessoa do TEN Scheifer com a do suspeito”, afirmou o promotor de Justiça.

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