Sem salas de aula, alunos serão colocados em 'tendas' em Várzea Grande

Reprodução

Alunos serão realocados para salas móveis.

CELLY SILVA
DA REDAÇÃO

Um grupo de quase 300 estudantes da Escola Estadual Elizabeth Maria Bastos Mineiro, localizada no bairro São Matheus, em Várzea Grande, estão tendo que disputar espaço dentro das salas de aula, que para eles começou com uma semana de atraso devido justamente à falta de infraestrutura.

As aulas na rede estadual de ensino começaram no último dia 15, mas para os 980 alunos da escola, o ano letivo só iniciou no dia 22 de fevereiro. Do total de alunos matriculados, 160 estão acima do limite permitido por lei. A diretora da unidade escolar, Daiana Mamedes, explica que cada professor só pode dar aula para no máximo 35 alunos dentro de sala de aula.

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Mas existem quatro turmas com 70 alunos cada, o que dificulta o trabalho dos professores e prejudica o rendimento escolar dos alunos, sem contar a total falta de conforto. “A sala simplesmente não anda. Se o aluno quiser ir ao banheiro, tem que levantar outros dois, três alunos pra ele conseguir andar”, relata a diretora da escola.

Ao , a diretora da escola contou que desde o ano passado, a Secretaria de Estado de Educação, Esporte e Lazer (Seduc) já sabia que haveria a superlotação na unidade pois esta é a única unidade que atende alunos a partir do 6º ano na região do bairro São Matheus. A escola municipal do bairro só atende alunos até o 5º ano e os alunos oriundos desta unidade foram realocados para a escola estadual, em um acordo firmado entre as secretarias municipal e estadual.

Assessoria

Sala móvel montada com chapas de aço e material isotérmico.

Para solucionar temporariamente a situação, a Seduc informou que dentro de 15 dias serão instaladas salas montadas com placas de aço e material isotérmico e que as aulas perdidas na primeira semana de aula serão repostas. No entanto, a empresa contratada para fazer a montagem das salas móveis informou à diretoria da escola que o prazo de entrega é de 30 dias. "Uns falaram pra gente que seria contêiner, outros nos disseram que seria sala montada. Mas vai sr uma estrutura montada, tipo contêiner, mas é uma sala móvel. A Seduc falou que seria entregue em um prazo de 15 dias, a empresa que veio aqui falou que vai entregar o mais rápido possível, que até em 30 dias ficaria pronto", relata a diretora da unidade. 

Daiane salienta, que além da montagem da sala, outros preparativos são necessários para receber os alunos, como o mobiliário pois os que a escola dispõe são defasados e insuficientes.  “Não é só montar a sala! Tem que instalar a energia elétrica, o ar condicionado, as mesas e cadeiras. Eles não têm nem para mandar. Nós estamos aqui disputando cadeira com aluno. Mudando as cadeiras da parte administrativa para o aluno sentar. Catando mesa de refeitório para o aluno usar em sala de aula”, reclama. 

Daiane Mamedes

 Alunos utilizam mobiliário quebrado. 

As salas móveis contratadas pela Seduc foram a solução encontrada para dar mais celeridade à normalidade das aulas. Segundo a  assessoria de imprensa da pasta, trata-se de edificação feita em painéis isotérmicos, seguindo os padrões de dimensionamento de salas, iluminação, e ventilação utilizados nas escolas executadas em sistema construtivo convencional. Os painéis isotérmicos são formados por duas chapas de aço pré-pintadas, com espessura de 0,5mm, preenchidos com material térmico, com espessura de 100mm.

No entanto, a resposta definitiva esperada pela comunidade escolar é a entrega de uma nova escola que está sendo construída no bairro Jardim Eldorado, vizinho ao São Matheus. Segundo Daiane, a obra iniciou em 2014 e a promessa dada pela Seduc é de que até julho, estará concluída.  A nova unidade escolar irá desafogar o atendimento na Escola Elizabeth Maria Bastos Mineiro, que atende a população não só do São Matheus, mas também de bairros vizinhos como Formigueiro, Jardim Eldorado e Parque Sabiá. 

Veja vídeo da sala superlotada: