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Cuiabá, 06 de Maio de 2024
06 de Maio de 2024

25 de Setembro de 2014, 17h:40 - A | A

GERAL / FARMÁCIA DE ALTO CUSTO

Local está fechado e provoca morte de várias pessoas, acusa presidente de associação

O local está fechado desde o dia 10 de setembro, mas havia a informação de que deveria reabrir no dia 16 de setembro. Não reabriu

DA REDAÇÃO



Pacientes da baixada cuiabana não estão conseguindo medicamentos de alto custo fornecido pela Secretaria de Estado de Saúde, por meio da Farmácia Popular. Os remédios são caríssimos, e por isso muitas pessoas acabam recorrendo à Farmácia para dar continuidade ao seu tipo de tratamento.

O local está fechado desde o dia 10. Havia a informação de que deveria reabrir no dia 16 de setembro, mas nesta quarta-feira (24) permaneceu fechado. Muita gente que procurou atendimento voltou pra casa muito revoltada. Uma das explicações é que os funcionários que atendem na Farmácia estão sem receber salários há dois meses.

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Segundo o secretário de Comunicação do Estado, Marcos Lemos, nesta sexta-feira (26), será feito o pagamento do salário atrasado e o próximo que vai vencer no dia 30, terça-feira. A Farmácia de Alto Custo, que agora é administrada pelo Estado, era comandada pelo Instituto Pernambucano de Assistência Social (IPAS).

Mas segundo o presidente da Associação de Pacientes Renais, Carlos Antônio Pereira, ainda existem medicamentos em falta, o que segundo ele, está levando pessoas à morte. Esse problema crônico na Farmácia está tirando a vida de várias pessoas. "Nós não podemos ficar um dia sem o medicamento e isso está levando pessoas a morte", comentou o presidente. 

Fontes do RepórterMT informaram que conversas de bastidores entre assessores e servidores da Secretaria de Saúde sugerem uma 'operação abafa' em curso. Um deles chegou a comentar que "a Imprensa está controlada". Absurdo!

INVESTIGAÇÃO DO MPF

No dia 11 de agosto deste ano, o RepórterMT mostrou que a procuradora do Ministério Público Federal (MPF), Bianca Britto de Araújo, converteu o Procedimento Preparatório em Inquérito Civil para investigar irregularidades na compra e distribuição de medicamentos entregues pelo Ministério da Saúde à Secretaria de Estado de Mato Grosso. 

O inquérito tem como base o relatório final apresentado pela Auditoria Geral do Estado (AGE) sobre os serviços prestados pelo Instituto Pernambucano de Assistência Social (Ipas) na Farmácia de Alto Custo do Estado.

“Fizemos um levantamento de novembro de 2012 a abril de 2013. Constatamos várias irregularidades, tanto pelo Instituto Pernambucano (Ipas), quanto pela CAF. Fizemos nossa parte de auditoria, acredito que em posse destes dados, os responsáveis possam ser devidamente julgados”, explicou José Alves.

O levantamento da AGE, divulgado em 2013, apontou que o Instituto provocou um prejuízo no valor de R$ 4 milhões, no caso dos medicamentos vencidos. 

À época, o auditor geral do Estado, José Alves Pereira Filho, afirmou que tanto o Instituto Pernambucano (Ipas) quanto a Coordenadoria de Assistência Farmacêutica (CAF) cometeram erros na gestão dos medicamentos.

O auditor afirmou ainda que os envolvidos poderiam utilizar de uma ‘brecha’ que prevê a perda de 2% de medicamentos, no entanto a informação não confere, já que o percentual em questão não se trata da perda por vencimento, mas sim por manuseio e acidentes. 

“O valor já estaria em 3,5%, se for contabilizado, chega a torno de R$2,8 milhões, e mais R$191 mil de medicamentos vencidos encontrados na prateleira da Farmácia, durante a auditoria. Também foram perdidos quase R$700 mil em medicamentos das geladeiras da Farmácia Cidadã”, declarou José Alves quando o relatório foi apresentado. 

Diante das irregularidades, o Governo do Estado decretou a intervenção na unidade de Alto Custo, a ação resultou no rompimento do contrato, firmado incialmente por cinco anos de serviço, entre a Secretaria Estadual de Saúde e o IPAS. 

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