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Cuiabá, 19 de Maio de 2024
19 de Maio de 2024

07 de Janeiro de 2017, 18h:10 - A | A

GERAL / SAMBA "DESAFINADO"

Fazendeiros criticam o enredo de escola carioca sobre o Xingu

ABCZ diz que Imperatriz Leopoldinese revela "total despreparo e ignorância quanto à história brasileira e à realidade econômica e social do país"

LUIS VINICIUS
DA REDAÇÃO



A Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) condenou o samba-enredo da escola Imperatriz Leopoldinense, que terá como tema, no Carnaval do Rio de Janeiro deste ano, a defesa dos povos indígenas de Mato Grosso.

Por meio de uma nota divulgada na sexta-feira (6), a associação critica o enredo "Xingu - O clamor que vem da floresta" e as demais peças publicitárias divulgadas pela escola carioca.

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Para a ABCZ, ao criticar duramente o agronegócio, a escola de samba carioca revela "total despreparo e ignorância quanto à história brasileira e à realidade econômica e social do país".

Conforme o antecipou, a escola vai homenagear os povos do Parque Indígena do Xingu, no Nordeste de Mato Grosso.

A música, segundo a nota, exalta o povo indígena ao mesmo tempo em que faz uma crítica ao agronegócio brasileiro.

A associação lembra que a atividade é considerada, hoje, o único setor a "segurar" a economia do Brasil.

Na nota, assinada pelo presidente Arnaldo Manuel Machado Borges, a entidade afirma que "antes de mais nada, é preciso esclarecer e reforçar que o país do samba é sustentado pela pecuária e pela agricultura".

A associação lembra ainda que os "monstros", como os produtores rurais são citados pela escola de samba, são responsáveis por 20% do Produto Interno Bruto (PIB) Nacional.

Leia a íntegra da nota da ABCZ:

A Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) repudia, com indignação e veemência o samba-enredo e as demais peças publicitárias divulgados pela escola Imperatriz Leopoldinense para o Desfile de Carnaval de 2017. Ao criticar duramente o agronegócio, o grupo mostra total despreparo e ignorância quanto à história brasileira e à realidade econômica e social do país.

Antes de mais nada, é preciso esclarecer e reforçar que o país do samba é sustentado pela pecuária e pela agricultura.

Chamados de “monstros” pela escola, nós, produtores rurais, respondemos por 22% do PIB Nacional e, historicamente, salvamos o Brasil em termos de geração de renda e empregos.

Com o tempo e com o nosso talento de produzir cada vez mais – e de forma sustentável - trouxemos para nossa nação o título de campeã mundial de produção de grãos e de proteína animal.

Inaceitável que a maior festa popular brasileira, que tem a admiração e o respeito da nossa classe, seja palco para um show de sensacionalismo e ataques infundados pela Escola Imperatriz Leopoldinense. O setor produtivo e a sociedade não podem ficar calados diante a essa injustiça. É preciso que o Brasil e os brasileiros não só enxerguem e reconheçam a importância do nosso setor, como se orgulhem dessa nossa vocação de alimentar o mundo.

Com a responsabilidade que lhe cabe, a ABCZ vem a público reforçar o compromisso de seus 21 mil associados de produzir cada vez mais carne e leite com práticas sustentáveis e seguras. E, assim, enaltecemos, também, o nosso empenho em zelar pela preservação do meio ambiente.

Se você se alimentou hoje, agradeça a um produtor rural.

Arna,do Manuel Machado Borges

Presidente da ABCZ

Entenda o caso

Em entrevista ao  , o carnavalesco Cahê Rodrigues, responsável pela concepção e execução da obra, disse que o enredo “Xingu, o clamor que vem da floresta” é a concretização de um sonho.

“Eu já tinha um desejo de muito tempo de poder, um dia, exaltar os povos indígenas, e venho trabalhando em uma pesquisa já há algum tempo. Apresentei essa ideia de fazer uma homenagem aos povos do Xingu para o presidente da escola, ele também gostou do tema e a gente começou a trabalhar em cima disso”, disse.

O carnavalesco, que começou a carreira como assistente de Joãozinho Trinta (já falecido), contou que a intenção da escola de samba é abordar a vida, a cultura e a luta dos índios, na defesa da floresta.

“O enredo é uma exaltação à cultura do índio brasileiro e nós pegamos a região do Parque Indígena do Xingu como grande exemplo de luta, de perseverança, de respeito dos povos indígenas pela sua floresta, pela luta dos povos do Xingu que ganhou uma repercussão mundial por conta de toda essa luta deles em proteção à floresta, pela sua vida, pelo seu alimento, pelo seu rio”, afirmou.

 

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Parque Indígena do Xingu será homenageado pela Imperatriz Leopoldinense

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JOÃO ATUNES 11/01/2017

Todos os dias vários hectares de floresta amazônica são derrubados para implementação de soja. O povo brasileiro não come soja. Soja transgênica, banhada de agrotóxico. Até no leite materno tem agrotóxico. Quem alimenta a população é a agricultura familiar, não o agronegócio desmatador de floresta. Ficam que esse papo de sustentabilidade, não sem a quem querem enganar. Não têm nada de sustentável.

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