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Cuiabá, 26 de Abril de 2024
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07 de Dezembro de 2016, 08h:20 - A | A

VARIEDADES / VEJA O VÍDEO

Turistas podem ser escravocratas por um dia em fazenda no Rio

Visitas são guiadas por herdeira vestida com roupas de época, acompanhada de negras vestidas como escravas, servindo quem paga até R$ 65

METRÓPOLES



Estamos em 2016 e não existe mais escravidão ou fazendas de engenho do Brasil colonial, certo? Inacreditavelmente, a resposta está errada. O The Intercept Brasil divulgou a história de uma fazenda, no Vale do Paraíba fluminense, que era conhecida nos tempos da escravidão pela brutalidade com que tratavam os escravizados. Atualmente, a economia da região explora o turismo, que naturaliza o racismo e a escravidão. A atração macabra está, inclusive, no mapa da cultura do Rio de Janeiro.

O lugar é a Fazenda Santa Eufrásia, em Vassouras, única fazenda particular tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional no Rio de Janeiro (Iphan-RJ) no Vale do Café, construída por volta do ano de 1830.

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Geralmente eu tenho uma mucama, mas ela fugiu. Ela foi pro mato. Já mandei o capitão do mato atrás dela, mas ela não voltou (…) Quando eu quero pegar um vestido, eu digo: ‘Duas mucamas, por favor!’. Porque ninguém alcança lá em cima.”. A frase é dita por Elizabeth Dolson, bisneta do coronel Lemos e proprietária da fazenda, que se apresenta como sinhá ao receber turistas em suas terras.

Ela é a guia das visitas agendadas diariamente. Vestida com roupas de época, anda acompanhada de negras trajadas como escravas, servindo café para quem paga até R$ 65 pelo tour. Ficou impressionado? Pois muita gente acha normal e passa um dia descontraído nas senzalas e casas grandes.

“Racismo? Por causa de quê? Por que eu me visto de sinhá e tenho mucamas que se vestem de mucamas? Que isso! Não! Não faço nada racista aqui. Qual é o problema de ter… não!”, respondeu ao ser questionada sobre o racismo de seu teatro .

Em portais com dicas de turismo é possível ver a naturalidade dos visitantes, que inclusive deixam elogios como: “Visita guiada pela proprietária do imóvel, D. Beth, que é uma lady. Muito hospitaleira e simpática, dá detalhes do cotidiano dos antigos moradores da fazenda. Sua primeira pergunta, ao se apresentar: “Notícias da corte?”. Isso marca o início de uma viagem pelo tempo.”

 

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07/12/2016

DESAGRAVO em favor da “FAZENDA SANTA EUFRÁSIA” e sua proprietária. Texto de Arlete Branco. Nós que lutamos por uma Vassouras melhor. Nós que trabalhamos para divulgar a história do Vale do Café. Fomos surpreendidos ontem por postagens de uma “blogueira” no mínimo inconsequente. Realmente caráter não escolhe etnia, religião ou classe social. Esta pessoa atacou violentamente uma das heróicas fazendeiras de nossa cidade. Minha querida amiga Beth Dolson. Administradora da Fazenda Santa Eufrásia. Há muitos anos ela luta pela recuperação da única fazenda tombada pelo IPHAN na região e abre a mesma para visitação. Recebe seus visitantes com roupas da época em um dos poucos lugares que realmente retrata como era a vida privada na época. O visitante tem a oportunidade de fazer um mergulho na história. E história se conta com a verdade. Ou vira estória, como as postagens que temos lido, que tenham insanamente ganhar “likes” e notoriedade mesmo que em desrespeito ao trabalho dos outros. Em nome de uma ideologia que eu leio como hipocrisia, tentam destruir todo um trabalho q gera emprego , fortalece o turismo, e encanta a milhares de visitantes, através do conhecimento, da paisagem exuberante, da leveza do clima, e de singelos gestos de bem receber. Onde a “blogueira” vê trabalho escravo, temos trabalho honesto e remunerado. A cultura da “bolsa esmola” não dignifica ninguém! Ela esta sendo acusada de escravocrata, racista e a comparam ao holocausto. Falta discernimento ou falta estudo? Não podemos reescrever a história pq ela incomoda alguém. A história já aconteceu, precisa ser divulgada para termos parâmetro dos erros cometidos e também para que possamos enaltecer a maravilhosa cultura trazida por outros povos e que resultou nesta miscigenação chamada BRASIL! Porém... Quando o bom senso passa longe não encontramos boa fé. Alega que os visitantes são servidos por mucamas negras e que o texto puramente teatral que retrata a época escravocrata, cabe lembrar que a visitação é aberta a todas as etnias. Portanto turistas negros também são servidos por mucamas negras. Vamos exemplificar, o filme “Um grito de Liberdade”, a história de Steve Biko, que foi um marco em minha juventude, mostrando a luta do povo da África do Sul, no filme Leonardo de Caprio, poderia ter feito o personagem principal? Não... Creio que Denzel Washington ficou perfeito no papel. No Brasil, no filme Chica da Silva, a personagem título poderia ter sido interpretada por Glória Meneses? Certamente que Zezé Mota não sentiu-se humilhada quando o realizou com brilhantismo. Imaginem as biografias de Pelé e Barack Obama sendo protagonizadas por Rodrigo Hilbert e Tom Hanks? Certamente nos foi imposta uma brincadeira, perigosa e de péssimo gosto, como tudo a quem falta argumento e sobra maldade. É somente questão de bom senso. Como consequência esta pessoa ganhou minutos de fama. Mas colocou em risco a integridade da fazendeira e da propriedade. Isso é crime de incitação ao ódio. A irresponsabilidade das pessoas que querem aparecer a qq custo precisa ser questionada e punida. Infelizmente caímos nesta teia de partidos políticos que para se manterem no poder, jogam uns contra os outros, enquanto cometem todo tipo de crime. E uma destas pessoas veio “endemonizar” nossa cidade. Talvez ela não tenha percebido, aqui vivemos em paz, convivemos com respeito, há lugar para todos, respeitamos todas as origens e exigimos respeito.

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