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Cuiabá, 26 de Abril de 2024
26 de Abril de 2024

22 de Novembro de 2010, 13h:28 - A | A

VARIEDADES /

CEF perde R$ 320 mi com a compra de parte do banco de Sílvio Santos



DA AGÊNCIA ESTADO

Quando a Caixa Econômica Federal comprou 35,5% do PanAmericano por R$ 740 milhões, em novembro de 2009, o banco de Silvio Santos valia R$ 2,1 bilhões na Bolsa de Valores de São Paulo. Na quinta-feira (18), o chamado valor de mercado havia desabado para R$ 1,2 bilhão. Ou seja, só nesse item, a instituição controlada pelo governo federal perdeu mais de R$ 320 milhões - diferença entre a participação de 35,5% em relação a R$ 2,1 bi e a R$ 1,2 bi.

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Uma das várias questões que intrigam o mercado é o fato de o banco ter conseguido dois grandes aportes de capital quando aparentemente já enfrentava problemas. Segundo o Banco Central (BC), há indícios de que as fraudes contábeis começaram há cerca de 4 anos, ou seja, em 2006. Mas não é só isso. Rumores sobre a solidez do banco eram correntes há alguns anos.

Ainda assim, o PanAmericano conseguiu levantar quase R$ 800 milhões em uma abertura de capital (IPO, na sigla em inglês) realizada em novembro de 2007. Somando a compra pela Caixa e o IPO, está se falando de R$ 1,5 bilhão. A abertura de capital foi coordenada por 3 instituições bastante ativas no mercado de capitais brasileiro: UBS Pactual (hoje BTG Pactual), Bradesco BBI e Itaú BBA. Antes de efetuar a compra de parte do PanAmericano, a Caixa foi assessorada pelo Banco Fator e pela KPMG. "Como tanta gente qualificada não conseguiu ver nada?", indaga uma fonte que pediu para não ser identificada.

A reportagem procurou todos os envolvidos. Com exceção do Fator, que designou um porta-voz para explicar a assessoria para a Caixa, os outros se pronunciaram por meio de notas. Principal coordenador do IPO, o BTG Pactual diz que "seguiu os mesmos procedimentos adotados nos demais processos de abertura de capital". O Itaú BBA afirma "que se serve de informações públicas e auditadas como base para todos os negócios que assessora". Completa o Bradesco BBI: "Faz parte dos processos de IPO um relatório de empresa de auditoria especializada, o que ocorreu no caso em questão (foi a Deloitte)".

A KPMG diz que "os limites do trabalho executado, bem como das informações disponibilizadas no data room (banco de dados com informações do PanAmericano), não permitiriam a detecção dos fatos ora noticiados pela imprensa como irregularidades". O diretor do banco de investimentos do Fator, Venilton Tadini, diz que a instituição se baseou nas informações fornecidas pelo PanAmericano.

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