MARCIA MATOS
DA EDITORIA
Um vídeo produzido pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), com a colaboração de um delator do esquema que fraudava licitações de obras realizadas para a Secretaria de Educação do Estado (Seduc), mostra que toda a coordenação do esquema criminoso passava pelas mãos do empresário, Giovani Guizardi, principalmente o dinheiro.
Na gravação feita no escritório do empresário, denominado o “arrecadador” do esquema, recebe das mãos do delator um maço de dinheiro. O informante afirma que assim que liberar o restante do processo lhe pagaria o restante. Giovani ainda gesticula mostrando o número quatro e questionando se o montante seria esse. O informante afirma que sim. Pela quantidade de notas, é provável que a quantia fosse de R$ 4 mil.
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Os dois discutem sobre os entraves ainda existentes para a continuidade do processo, Giovani passa as coordenadas do que deve ser feito e alerta que o prazo vai até o dia 11.
Reprodução
Giovani negociava e dava prazos a serem cumpridos
Logo após passar a propina para Giovani, o informante questiona se o percentual havia mudado, se referindo aos valores pagos aos servidores da Seduc para facilitar as fraudes dentro da Secretaria. Giovani confirma a mudança desde o mês de outubro e gesticula que de 5% foi para 3%.
De acordo com as investigações do Gaeco, Giovani seria o líder do núcleo de operação. Com ele atuariam Luiz Fernando da Costa Rondon e Leonardo Guimarães Rodrigues, que seriam interlocutores do esquema junto aos servidores e empresários envolvidos.
As fraudes investigadas teriam ocorrido desde outubro de 2015, em 23 obras que seriam de reforma ou construção de escolas públicas. 23 empresários são investigados por fazerem parte da organização criminosa que fraudou obras que tinham os custos orçados entre R$ 400 mil e R$ 6 milhões.
Giovani foi preso na manhã desta terça-feira pelo Gaeco. Além das acusações sobre o esquema, também pesa contra ele o fato de terem apreendido na residência dele três armas foram localizadas, sendo uma pistola 380 e uma de calibre 38 e um revolver Magnum de calibre 22 - considerado de uso restrito.
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