Pastores estão proibidos de se aproximar de garota que denunciou 'ritual de tortura' em igreja evangélica

RepórterMT/Reprodução

O caso está sendo investigado pela Delegacia de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica).

LUIS VINICIUS
DA REDAÇÃO

A Polícia Civil expediu medidas protetivas em favor da adolescente L.L.C., de 17 anos e da sua mãe, Lucélia Martins de Souza que acusam três pastores da Igreja Evangélica Pescador Sal da Terra, de ter agredido a adolescente, a sequestrado, mantido em cárcere privado e a torturado em uma espécie de ritual. A medida foi expedida na terça-feira (19).

Diante disso, os pastores Herly Borges de Araújo, Andersen Navarro e Viviane Machado Araújo, que são acusados por mãe e filha, de terem cometido os supostos crimes, estão proibidos de se aproximar da adolescente e de Lucélia até que ocorram as investigações.

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De acordo com o delegado, Eduardo Botelho, da Delegacia de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica), as testemunhas darão depoimentos assim que forem identificadas. “Nós estamos em processo de identificação das testemunhas para que elas confirmem a versão das vítimas. Posteriormente, iremos atrás da outra vítima citada pela garota. Por último ouviremos os pastores citados pelas garotas. Os pastores deverão prestar depoimento, no final do mês “, explicou.

O CASO

Em entrevista ao programa Cadeia Neles, da TV Record, na terça-feira (19). A vítima disse que as ameaças tiveram início após ela passar a discordar dos métodos utilizados pelos pastores. A garota contou que durante um culto na cidade de Primavera do Leste um dos pastores a teria jogado contra o chão, o que causou um corte profundo na cabeça dela.

De volta à Cuiabá, onde reside com a mãe, ela teria passado a ser ameaçada pelos pastores da igreja.

À reportagem, a garota e a mãe dela afirmaram que após uma série de ameaças, por meio de cartas, a adolescente teria sido sequestrada pelos pastores e levada por eles à uma região de mata, onde teria sido torturada em uma espécie de ritual.

Segundo ela na tarde do dia 9 membros da igreja foram até a casa dele a doparam com produtos químicos. Ela teria sido retirada da residência desacordada. Assim que recuperou a consciência teria passado a sofrer tortura e ameaça psicológica. Ela contou que no local ouvia outra garota pedindo socorro.

"A pastora dava tapas na minha cara e eles falavam que iriam me degolar, que cortariam a minha garganta". Conforme os relatos da garota, os pastores diziam que ela deveria cumprir todo o ritual.

Quando chegou em casa e deu por falta da filha a mãe registrou o boletim de ocorrência sobre o sumiço da garota.

"Acredito que seja uma seita satânica que tem como alvo os nossos adolescentes", relatou a mãe.

O OUTRO LADO

Na terça-feira (19), o pastor e apresentador Andersen Navarro disse que estava voltando da viagem de férias e que ainda não havia tomado conhecimento da denúncia na íntegra, portanto não gostaria de tecer comentários a respeito.

Questionado se iria procurar a Delegacia de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica) para se pronunciar a respeito da denúncia, Andersen comentou apenas que foi orientado por seu advogado a aguardar ser notificado.