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Cuiabá, 26 de Abril de 2024
26 de Abril de 2024

26 de Setembro de 2016, 11h:24 - A | A

POLÍCIA / SODOMA IV

'Laranjas' foram usados para 'esquentar' distribuição de dinheiro desviado

O funcionário da Todimo, Wiliam Soares Teixeira, teria sido usado para 'esquentar' a transferência de R$ 49 mil a Arnaldo Alves. Já Catarino da Silva Neto e Elaine Martins teriam recebido cerca de R$ 300 mil em cheques.

LUIS VINICIUS
MARCIA MATOS



Ao menos três pessoas, que teriam sido usadas como “laranja” no esquema de lavagem de dinheiro através de uma desapropriação milionária, ocorrida na gestão do ex-governador Silval Barbosa, através de uma área no bairro Liberdade, em Cuiabá, foram conduzidas de forma coercitiva para prestarem esclarecimentos na Delegacia Fazendária do Estado, durante a deflagração da Operação Sodoma 4.

“Eu não sei nem quem é esse tal de Arnaldo. É como se eu tivesse recebido esse dinheiro e passado para ele. Pelo que sei foi em 2014”, relatou Wiliam negando qualquer conhecimento sobre a transação. Ele afirmou que só soube do caso quando foi levado de forma coercitiva para depor.

Entre os “laranjas” está Wiliam Soares Teixeira. Ele é vendedor da empresa de materiais de construção Todimo há oito anos. À imprensa ele afirmou que sem ter conhecimento, o nome dele teria sido usado para “esquentar” a transferência de R$ 49 mil que teria ido para o ex-secretário de Planejamento do Estado, Arnaldo Alves, que foi preso na manhã desta segunda-feira (26), em Brasília.  “Eu não sei nem quem é esse tal de Arnaldo. É como se eu tivesse recebido esse dinheiro e passado  para ele. Pelo que sei foi em 2014”, relatou Wiliam negando qualquer conhecimento sobre a transação. Ele afirmou que só soube do caso quando foi levado de forma coercitiva para depor.

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Um dos donos da Todimo, Ademir Beraldi também foi levado para prestar depoimento, mas saiu da Defaz sem falar com os jornalistas.

Ainda na manhã desta segunda-feira, também foram levados para depor,  de forma coercitiva,  Catarino da Silva Neto e Elaine Martins. Informações preliminares apontam que eles teriam recebido cheques com valores de R$ 295 mil e R$ 95 mil.

Além do ex-secretário Arnaldo Alves, também foram presos o dono da factoring Piran Investimentos, o empresário Valdir Piran, e o ex-procurador do Estado Chico Lima. O ex-governador Silval Barbosa, assim como o ex-secretário de Fazenda, Marcel de Cursi e o ex-chefe de gabinete Sílvio Corrêa, que estão presos no Centro de Custódia da Capital, receberam novo mandado de prisão contra eles.

Por último, o dono da empresa J Braga, Jair Santana Rodrigues Braga também foi conduzido coercitivamente até a sede da Defaz. Braga presta depoimento neste momento e deve ser liberado em instantes. Segundo informações de um policial ao , Jair teria recebido R$ 272 mil. 

SODOMA 4

O foco da Operação Sodoma  é o desvio de dinheiro público realizado através de uma das três  desapropriações milionárias  pagas pelo governo Silval Barbosa  durante o ano de 2014. Os trabalhos de investigações iniciaram há mais de um ano.

As diligências realizadas evidenciaram que o pagamento da desapropriação do imóvel conhecido por Jardim Liberdade, localizado nas imediações do Bairro Osmar Cabral, nesta capital, no valor total de R$ 31.715.000,00 à empresa Santorini Empreendimentos Imobiliários Ltda, proprietária do imóvel, se deu pelo propósito específico de desviar dinheiro público do Estado de Mato Grosso em benefício da organização criminosa liderada pelo ex-governador do Estado de Mato Grosso, Silval da Cunha Barbosa.

Ficou  comprovado na investigação que participaram dessa fraude além de Silval Barbosa,  as pessoas de Pedro Jamil Nadaf (ex-secretario chefe da Casa Civil), Francisco Gomes de Andrade Lima Filho (procurador de Estado aposentado), Marcel de Cursi (ex-secretario de fazenda), Arnaldo Alves De Souza Neto (ex-secretario de planejamento), Afonso Dalberto (ex-presidente do INTERMAT), além do proprietário do imóvel Antonio Rodrigues Carvalho, seu advogado Levi Machado, o operador financeiro do grupo criminoso Filinto Muller e Valdir Piran.

De todo o valor pago pelo Estado pela desapropriação,  o correspondente a 50%, ou seja, R$ 15.857.000,00 retornaram  via empresa SF Assessoria e Organização de Eventos, de Propriedade de Filinto Muller em prol do grupo criminoso.

De acordo com a investigação, a maior parte do dinheiro desviado no montante de R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais)  pertencia ao chefe Silval Barbosa, ao passo que o remanescente foi dividido entre os demais participantes, no caso os ex-secretários, Pedro Nadaf, Marcel De Cursi (ex-secretário de Fazenda), Arnaldo Alves de Souza Neto (ex-secretário de Planejamento), Afonso Dalberto e o procurador aposentado Chico Lima.

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