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Cuiabá, 06 de Maio de 2024
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02 de Junho de 2015, 11h:26 - A | A

POLÍCIA / "ELE SAIU PARA MATAR"

Isabella foi assassinada porque queria terminar o namoro, diz delegada

Presidente do Conselho Estadual de Direitos da Mulher confirma que inconformismo com fim de relacionamento é a principal causa de feminicídios

KEKA WERNECK
DA REDAÇÃO



A Polícia já tem certeza de que a estudante de direito, Isabella Cazado, de 22 anos, foi assassinada a tiros – na cabeça e no peito - porque queria terminar o relacionamento e o namorado dela, o operador de máquinas agrícolas Roni Santos, 23, não aceitava.

“Ao que tudo indica, eles estavam discutindo porque ela queria sair daquela situação e ele não queria"

É o que já confirmou a delegada Angelina Ticianel, em substituição na Delegacia de São José do Rio Claro, no interior de Mato Grosso, onde aconteceu o crime.

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“Ao que tudo indica, eles estavam discutindo  porque ela queria sair daquela situação e ele não queria. Eles foram à lanchonete, mas não resolveram a situação e essa discussão entre eles durou até dez horas da noite, dentro do carro, quando ele disparou os tiros e matou a vítima”, comenta.

A defensora pública Rosana Barros, presidente do Conselho Estadual de Direitos da Mulher, afirma que a principal causa de feminicídios – ou seja assassinato de mulheres – é o inconformismo com o término de namoro, casamento ou noivado.

As vítimas preferenciais, segundo ela, são mulheres com idades entre 19 e 40 anos, conforme pesquisas. Isabella está dentro desta faixa etária.

“Ele saiu de casa preparado para matar, senão não tinha levado arma”, pontuia a defensora.

A defensora afirma que este tipo de crime, praticado por namorados, têm sido muito comum. “É sócio-cultural”, destaca. Para ela, o "erro" desta moça foi apostar em um relacionamento conturbado, marcado por brigas e xingamentos, do qual ela estava tentando sair, mas, para evitar, o namorado atirou.

“Ele saiu de casa preparado para matar, senão não tinha levado arma”, pontua a defensora.

Estudiosa do assunto, a presidente do Conselho da Mulher aposta na educação familiar, como forma de construção de uma outra figura feminina, que não tolere este tipo de desrespeito jamais. “As mães têm que ensinar às filhas a não aceitarem isso e eu digo para quem estiver envolvida em um caso amoroso assim que: saia o quanto antes desta relação”.

“As mães têm que ensinar às filhas a não aceitarem isso e eu digo para quem estiver envolvida em um caso amoroso assim que: saia o quanto antes desta relação”.

 

INQUÉRITO

A delegada Angelina Ticianel já instaurou inquérito do caso nesta segunda-feira (1) e ouviu tanto o médico, que fez o atendimento de urgência da moça atingida pelas balas, quanto a tia do namorado, na casa de quem o carro envolvido na ocorrência ficou escondido.

“O médico confirmou que Isabella chegou, no carro, com um irmão de 16 anos do Roni. Ao médico, o menor disse que ela estava ferida a tiros, disparados pelo suspeito. Então, o menino confirmou que foi ele mesmo. O médico disse que a moça chegou ao hospital respirando, mas morreu em seguida”, detalha a delegada.

Já a tia do namorado de Isabella justificou que estava em um baile, junto com a mãe dele, e não acompanhou a confusão entre primos.

Roni, depois de atirar na namorada, foi de carro para a casa do primo, filho desta tia. Lá eles decidiram que o irmão dele, de 16 anos, é que levaria a menina para o hospital.

Ao médico, o menor disse que ela estava ferida a tiros, disparados pelo suspeito. Então, o menino confirmou que foi ele mesmo.

“Quando chegou ao hospital, o menor estava apavorado, totalmente em pânico. Foi o que o médico me disse”, relata a delegada.

Enquanto o menor levava a vítima para ser atendida emergencialmente, Roni fugiu, em uma moto, e continua desaparecido, sem deixar pistas.

As polícias Civil e Militar da região de São José do Rio Claro fazem buscas na tentativa de prender Roni.

A delegada avalia, a princípio, que somente Roni irá responder pelos crimes de homicídio e outros, porque os demais personagens da ocorrência foram envolvidos em um clima de pânico.

O irmão dele, de 16 anos, também está desaparecido.

UM FUTURO PELA FRENTE

Isabella estava no 9º semestre do curso de direito no campus de Diamantino da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat).

O sepultamento da estudante na tarde desta segunda em São José do Rio Claro foi marcado por tristeza e emoção.

Após esse momento de sepultamento e luto inicial, a delegada ainda vai ouvir, nos próximos dias, a família da vítima, para detalhar como era a dinâmica deste namoro, que acabou em tragédia.

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