KEKA WERNECK
DA REDAÇÃO
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) informa que acabou de ser preso, em Natal (RN), na tarde desta quinta-feira (5), o servidor Wander Luiz dos Reis, foragido da Operação Rêmora, desdencadeada na última terça-feira (3).
Ele é apontado pelo Gaeco como um dos “cabeças” de um esquema de fraude a licitações na Secretaria de Estado de Educação (Seduc). O caso complica também 23 empresários, que, em reunião clandestina, lotearam obras em escolas de Mato Grosso, antes mesmo de acontecer o processo licitatório. Imagens da reunião, divulgadas pelo Gaeco, confirmam o “jogo de cartas marcadas”.
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Wander estava foragido desde terça-feira, quando o Gaeco desencadeou a Operação Rêmora. De acordo com as investigações policias, ele atuava como membro do grupo criminoso dentro da Seduc, onde teria a função de avisar sobre licitações previstas e “esquentar” documentos, para garantir a falsa lisura dos processos de concorrência. Junto com ele, também agiam na Seduc, ainda conforme o Gaeco, os servidores Fábio Frigeri e Moisés Dias da Silva, ambos presos.
Por envolvimento na Rêmora, Wander, que é servidor efetivo da Seduc, foi afastado da secretaria, para responder ao processo administrativo, aberto contra ele. Já sob suspeita, em novembro de 2015 ele foi exonerado do cargo de Superintendente de Infraestrutura Escolar, assumido por Frigeri, que agora também é acusado por participar das fraudes. Tanto Frigeri quanto Moisés, que não são efetivos, foram demitidos de imediato da Seduc.
Wander estava em férias com a família e foi detido por integrantes do Gaeco do Ministério Público do Rio Grande do Norte, no flat Luar da Ponta Negra.
O advogado de Wander, Schinaider Gomide, havia informado ao que o cliente dele se entregaria na segunda-feira (9) assim que voltasse das férias. A defesa afirmou que tinha garantido isso ao Gaeco, que não esperou e o prendeu no Nordeste.