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Cuiabá, 10 de Maio de 2024
10 de Maio de 2024

25 de Novembro de 2015, 15h:47 - A | A

POLÍCIA / FICOU LIVRE

Eder nega ter usado 'laranjas' e se diz colaborador da PF; depoimento durou 7 horas

O procedimento faz parte da oitava fase da operação para desarticular um braço da organização criminosa responsável por ocultar das autoridades o dinheiro público desviado e sustentar o luxuoso padrão de vida mantido pelos investigados.

RAFAEL DE SOUSA
DA REDAÇÃO



Já condenado a 69 anos de prisão e respondendo a outros quatro processos da Ararath, o  ex-secretário de Estado, Éder Moraes, deixou a sede da superintendência da PF na tarde desta quarta-feira, onde prestou depoimento por cerca de 7 horas, alegando ser colaborador da Polícia Federal, no que se refere á 8ª fase da Ararath e não o 'cabeça' de um esquema que através de "laranjas" mantinha seu alto padrão de vida.

 

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"Peço até um pouquinho de cuidado de vocês, um carinho especial conosco, com a minha família, em especial. Não é verdade que eu usei laranja e isso está devidamente explicado dentro das oitivas”, argumentou Eder.

 

“É um processo que está sob sigilo. Então não cabe a mim adentrar no que foi discutido, mas nós prestamos todos os esclarecimentos patrimoniais, porque o que está se falando aí na imprensa não é verdade. E eu peço até um pouquinho de cuidado de vocês, um carinho especial conosco, com a minha família, em especial. Não é verdade que eu usei laranja e isso está devidamente explicado dentro das oitivas”, argumentou Eder.

Assim como Eder, sua esposa, Laura Dias também foi encaminhada de forma coercitiva para prestar depoimento à PF, na manhã desta quarta, e foi a primeira a ser liberada; o que para o ex-secretário, já parece ter se tornado rotina.

“É meramente um desmembramento em que se fazia necessário algumas explicações mais detalhadas sobre alguns procedimentos que foram surgindo durante a investigação. Então, sempre que convocado, intimado coercitivamente ou não, nós estaremos aqui para prestar esclarecimento e fizemos isso com muita tranquilidade”, afirmou.

De acordo com a PF a operação desta quarta, teve o objetivo de desarticular um braço da organização criminosa responsável por ocultar das autoridades o dinheiro público desviado e sustentar o luxuoso padrão de vida mantido pelos investigados.

 

Não tem ninguém dentro da Ararath que tenha colaborado mais que o Eder Moraes”, conclui o réu.

 

Em relação a uma possível delação premiada na “Operação Ararath”, Eder avisa que já está colaborando com o processo. “Eu sempre colaborei com a Justiça, desde os meus primeiros depoimentos. Não tem ninguém dentro da Ararath que tenha colaborado mais que o Eder Moraes”, conclui o réu.

O juiz Jeferson Schneider já condenou Eder Moraes a 69 anos de prisão, inicialmente em regime fechado pelos crimes de lavagem de dinheiro, falsificação de documentos públicos e operações de instituições financeiras sem a devida autorização, mas ele conseguiu o direito de responder o processo em regime semiaberto, monitorado por tornozeleira eletrônica. A esposa dele, Laura Tereza, foi inocentada.

Já Luiz Carlos Cuzziol, ex-superintendente do Bic Banco, foi condenado a 31 anos de reclusão e 400 dias de multa. Ele e Eder também foram condenados a pagar mais de R$ 1.300 em multas e a restituir R$ 12 milhões aos cofres públicos.

 OITAVA FASE DA ARARATH

Ao todo foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão e sete mandados de condução coercitiva nas cidades de Cuiabá (MT) e Chapada dos Guimarães (MT), expedidos pela 5ª Vara da Justiça Federal de Mato Grosso, com manifestação favorável do Ministério Público Federal.

Foi constatado que os integrantes da organização criminosa se utilizam de engenhoso esquema para ocultar a origem e a natureza de recursos obtidos com atividades ilegais, mediante a contratação e pagamento de empréstimos fraudulentos, aquisição de bens e investimento em empresas com a utilização de interpostas pessoas físicas e jurídicas (“laranjas”).

Servidores públicos estaduais e pessoas da confiança de um dos investigados (amigos e familiares) foram cooptados para realização de operações imobiliárias, pagamentos de despesas, fraudes documentais, circulação de altos valores em espécie, simulações contratuais e até mesmo “compra” de reportagens em meios de comunicação para favorecer os interesses do grupo criminoso.

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