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Cuiabá, 06 de Maio de 2024
06 de Maio de 2024

24 de Outubro de 2016, 15h:20 - A | A

POLÍCIA / NO CARUMBÉ

Acusado de matar PM divide espaço com bandidos do colarinho branco

Após ser detido, Carlos Alberto "Juninho" foi encaminhado a Penitenciária Central do Estado e depois recambiado para o CCC; lá estão Silval Barbosa, João Emanuel e outros bandidos de colarinho branco

LUIS VINICIUS
DA REDAÇÃO



O autônomo Carlos Alberto de Oliveira Júnior, 30, acusado de assassinar o soldado PM Élcio Ramos Leite, 29, no dia 02 de agosto, no CPA III, está dividindo espaço com detentos ‘ilustres’ como o ex-governador Silval Barbosa (PMDB), preso em 2015, o ex-secretário de Educação Permínio Pinto (PSDB) e ao ex-secretário de Estado Eder Moraes (PHS), no Centro de Custódia de Cuiabá (CCC).

De acordo com a Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), Carlos Alberto foi encaminhado no dia 03 de agosto para a Penitenciária Central do Estado (PCE), um dia depois do assassinato do soldado Élcio. Por ser formado em Administração, Carlos Alberto foi transferido no dia 23 de agosto para o CCC, onde faz companhia aos outros bandidos mais conhecidos da história de Mato Grosso.

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No entanto, a assessoria de imprensa da Sejudh não soube informar em qual cela Carlos Alberto está preso no CCC. Por meio de nota, a pasta explicou que a unidade não é dividida por alas, como ocorre na PCE e no Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC). O Centro de Custódia é dividido apenas pelos dormitórios femininos e masculinos. Desta forma, não é possível saber em qual local Carlos Alberto fica alojado. 

Por ser formado em Administração, Carlos Alberto foi transferido no dia 23 de agosto para o CCC, onde faz companhia aos outros bandidos mais conhecidos da história de Mato Grosso.

Atualmente, o Centro de Custódia, que fica anexo com o CRC, possui 27 detentos para 41 vagas disponíveis. Já a PCE é a unidade de detenção mais populosa do estado, com cerca de 20% de toda a população carcerária de Mato Grosso, com mais de 2.100 presos.

Laudo balístico

Passados 74 dias do crime, o laudo balístico e o resultado da averiguação da residência, que apontarão como teriam ocorrido as mortes do soldado Elcio Ramos e de André Luiz de Oliveira, irmão de Carlos Alberto, durante um suposto confronto, ainda não foram divulgados.

O resultado, que estava previsto para ser entregue 30 dias após o crime, foi adiado e deverá ser entregue apenas no fim deste mês, que já está em sua última semana. Diante disso, restarão apenas alguns depoimentos de testemunhas para que o delegado Antônio Carlos Araújo, da Delegacia de Honicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), conclua o inquérito do caso.

De acordo com a Polícia Civil, o laudo balístico apontará de qual arma foi disparada a bala que acertou a cabeça do policial. A perícia deve mostrar também se a arma, que ainda não teve o calibre divulgado, seria a mesma utilizada no assassinato do comerciante Dieberg Paiva de Oliveira, 54, que ocorreu no dia 29 de julho.

Conforme informações às quais o teve acesso, a arma usada na morte de Dieberg estava em poder de Carlos Alberto. Após o assassinato do comerciante, Carlos Alberto e outros vizinhos quase lincharam os criminosos. Além de espancá-los, Carlos Alberto teria tomado a arma dos bandidos e estaria comercializando a mesma, nas redes sociais. Foi isso o que causou a presença dos policiais na porta da casa de Carlos Alberto, que estava send investigado pela suspeita de tráfico de armas.

“Após o assassinato de Dierberg, os vizinhos espancaram os criminosos e o "Juninho" ficou com a arma dos assassinos. Depois disso, ele começou a anunciar o revólver em um grupo de WhatsApp, que tinha integrantes policiais. Acredito que a informação de que o revólver estava sendo comercializado clandestinamente chegou à Polícia Militar, que começou a investigar”, disse ao   uma moradora do bairro CPA III, onde ocorreram os crimes.

Ministério Público

O Ministério Público Estadual, por meio da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, denunciou Carlos Alberto pelo homicídio de Élcio Ramos e pela tentativa de homicídio de outro militar, durante a investigação de venda de armas no bairro CPA III, em Cuiabá.

Segundo documentos do MPE, Carlos Alberto deve ser julgado por crime de homicídio e tentativa de homicídio. O primeiro caso é referente ao tiro disparado contra o soldado Élcio. Já a tentativa ocorreu contra Wanderson José Saraiva, que também é policial e estava no local junto com Élcio, servindo a inteligência da Polícia Militar.

O caso

O soldado Élcio Ramos foi morto após ir até à residência de André Luiz e Carlos Alberto Júnior, onde ocorreu a morte após luta corporal com um dos moradores. Élcio estava acompanhado do colega de trabalho, Wanderson Saraiva e ambos apuravam uma denúncia de venda de armas no local.

Já André foi morto na casa de um vizinho, por supostamente ter resistido à prisão. O pai dos envolvidos, Carlos Alberto de Oliveira, por sua vez, alega que os filhos apenas reagiram à uma abordagem truculenta dos policiais e que eram vítimas de extorsão.

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