RAFAEL DE SOUSA
DA REDAÇÃO
Após determinar, nesta sexta-feira (23), as prisões de seis militares envolvidos em suposto esquema de arapongagem no âmbito da Polícia Militar de Mato Grosso, o desembargador do Tribunal de Justiça do Estado (TJMT), Orlando Perri, também autorizou a prorrogação das prisões do coronel Zaqueu Barbosa e do cabo da PM Gerson Luiz Ferreira, detidos desde o dia 23 de maio.
Zaqueu e Gerson, que tiveram as prisões prorrogadas por mais 20 dias, são acusados de serem o mandante e o operador, respectivamente, do sistema de escutas telefônicas clandestinas, monitorado por militares entre os anos de 2014 e 2015, conforme denunciou o ex-secretário de Segurança Pública, o promotor de Justiça Mauro Zaque.
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Eles estão detidos sob determinação do juiz Marcos Faleiros, da 11ª Vara Criminal de Cuiabá.
Novas prisões
Em comunicado, o TJMT também confirmou que as prisões do secretário da Casa Militar, coronel Evandro Lesco, do secretário-adjunto da Casa Militar, coronel Ronelson Jorge de Barros, e do tenente-coronel Januário Antônio Edwiges Batista ocorrem em caráter preventivo. Já o corregedor-geral da PM, coronel Alexandre Corrêa Mendes, e o diretor de Inteligência da corporação, tenente-coronel Victor Paulo Fortes Pereira tiveram prisão adminsitrativa. Eles são acusados de terem vazado informação sobre mandados de busca e apreensão e possíveis prisões contra militares.
Lesco, Barros e Januário foram foram ouvidos pelo juiz Marcos Faleiros no Fórum de Cuiabá e passaram por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal. Não foi informado o local em que ficarão detidos.
Os coronel Jorge Catarino, responsável pelas investigações no âmbito militar já pediu a prisão preventiva dos dois acusados de vazarema s informações sigilosas. Eles não passaram por audiência de custódia.
Investigação
Ainda há muitas diligências e testemunhas a serem ouvidas. Depois de concluído, o inquérito volta ao des Orlando, que encaminha ao MP para análise
O cabo da PM é apontado como executor dos esquemas de escutas ilegais, inclusive em depoimento à Justiça no último dia 6 de junho, ele reafirmou os nomes levantados durante a investigação e contou ao responsável do inquérito, coronel Jorge Catarino Morais Ribeiro, que o equipamento montado para as escutas telefônicas ilegais foi denominado de "Sentinela".
O cabo teria alugado um apartamento no primeiro andar do edifício Master Center, nas proximidades do morro da Caixa D´Água, em Cuiabá. O militar teria iniciado as interceptações telefônicas ilegais, com a utilização de computadores completos, além de diversos telefones celulares acoplados a um notebook.
O caso
Teriam sido vítimas do sistema clandestino, jornalistas, advogados, políticos e agentes públicos, que tiveram os sigilos telefônicos quebrados de forma irregular, porque foram inseridos em uma lista de suspeitos de tráfico internacional de drogas.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) abriu investigação para apurar o caso das escutas ilegais porque o promotor afirma que o governador Pedro Taques (PSDB) tinha conhecimento do sistema irregular.
O governador nega a acusação e aponta que Zaque teria fraudado documento.
Confira a nota na íntegra
Os presos são: Lesco, Barros, Januário, Toresan (prisão preventiva/sem prazo), Mendes e Fortes. Estes 2 últimos em prisão administrativa, 30 dias e eles não passam pela audiência de custódia. Os outros foram ouvidos pelo juiz Marcos Faleiros no Fórum de Cuiabá. Agora estão a caminho do IML.
O cel Catarino (encarregado pelo processo na PM) já pediu a prisão preventiva dos 2 que estão em administrativa e a prorrogação das prisões do cel Zaqueu e cabo Gerson (estas 2 últimas já foram autorizadas pelo des Perri).
Pelo Código Militar eles podem ficar presos pelo prazo de 30 dias, prorrogáveis por mais 20. A locação deles fica a critério da PM, o que podemos afirmar é que estarão em quarteis distintos.
Ainda há muitas diligências e testemunhas a serem ouvidas. Depois de concluído, o inquérito volta ao des Orlando, que encaminha ao MP para análise