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Cuiabá, 06 de Maio de 2024
06 de Maio de 2024

22 de Março de 2019, 16h:33 - A | A

PODERES / SOCORRO À SANTA CASA

Ministro cobra plano e só envia verba após garantia da aplicação de dinheiro

Luiz Henrique Mandetta foi taxativo ao dizer que só manda a verba se a Prefeitura de Cuiabá apresentar um estudo administrativo de gestão do hospital.

MARCIO CAMILO
DA REDAÇÃO



Os deputados da bancada Federal de Mato Grosso confirmaram o envido de recurso do Ministério da Saúde para pagar as dívidas da Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá. O hospital acumula déficit de R$ 80 milhões e está fechado há 11 dias. A unidade não paga os salários dos funcionários há seis meses.

No entanto, segundo os parlamentares, o envio de recursos (não estipulado) depende agora do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), que precisa apresentar um plano de execução administrativa no hospital filantrópico.

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"Ele [ministro da Saúde] deu até um exemplo, que é o mesmo que você dar um dinheiro a um drogado, que diz que vai comprar comida e na verdade vai comprar mais droga; é uma coisa que não tem fim”, destacou a senadora Selma Arruda.

“Vai liberar [os recursos] só depois que tiver o plano factível. Não adianta jogar dinheiro bom em cima de dinheiro ruim. Ele [ministro da Saúde] deu até um exemplo, que é o mesmo que você dar um dinheiro a um drogado, que diz que vai comprar comida e na verdade vai comprar mais droga; é uma coisa que não tem fim”, destacou a senadora Selma Arruda (PSL), integrante da Bancada Federal.

Ela enfatizou que o ministro Luiz Henrique Mandetta só irá fazer aporte na Santa Casa diante de um plano executável, que dê segurança “pra esse investimento do Governo Federal”.

O deputado José Medeiros (Podemos), que também participa das articulações, ressaltou que o ministro é um ‘expert’ em Santas Casas e entende que o atual modelo de gerência dos filantrópicos passa por uma grande crise financeira em todo país.

"Ele não vai enviar o recurso de qualquer jeito, pois sabe que daqui a seis meses a direção do hospital vai pedir dinheiro de novo”, ressaltou o deputado José Medeiros.

“Por saber de todo o contexto, ele não vai enviar o recurso de qualquer jeito, pois sabe que daqui a seis meses a direção do hospital vai pedir dinheiro de novo”, ressaltou.  

O deputado Leonardo Albuquerque (SD) endossou a fala do colega e foi mais além. Para ele, a Santa Casa só sairá da crise quando houver a atuação direta dos três entes federativos, mais a participação da sociedade civil organizada.  

“O envio do recurso vai depender primeiro da decisão do prefeito: se ele vai intervir, ajudar, conversar. Mas vai ser necessário a junção da Prefeitura, Estado e União. Só o Município não aguenta. A dívida da Santa Casa pode chegar a R$ 100 milhões. O reequilíbrio financeiro do hospital precisa de pelo menos uma década e com a ajuda de vários parceiros”.

Segundo o coordenador da bancada, o deputado Neri Geller (PP), durante a reunião que os parlamentares tiveram com o ministro em Brasília, na quinta-feira (21), ele passou alguns exemplos bem sucedidos de gestões de Santas Casas pelo Brasil.

Citou o modelo da Santa Casa de Campo Grande (MS), que anos atrás passou por uma crise similar à de Cuiabá, mas que com o trabalho de vários atores – principalmente Prefeitura, Estado e União – conseguiu quitar suas dívidas e hoje é uma das principais referências em hospital filantrópico do país.

“Agora o prefeito tem que ver como é que vai ser feito isso, se será uma intervenção ou outra medida. Mas o que o ministro deixou bem claro é que ele não vai colocar dinheiro na Santa Casa, sem um plano elaborado de gestão. Ele inclusive deu até uma sugestão de mudança de CNPJ do hospital ou até trazer entidade de fora para fazer a gestão”, destacou o deputado ao citar o exemplo da Santa Casa de Porte Alegre (RG), que também é referência em filantropia no Brasil.

Na quinta-feira (21), o prefeito participou da reunião com o ministro da Saúde, onde foi orientado a executar o plano administrativo. No entanto, ainda não há informações sobre qual medida a Prefeitura irá tomar.

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