RAFAEL DE SOUSA
DA REDAÇÃO
O ex-prefeito cassado de Várzea Grande, Walace Guimarães (PMDB) foi intimado juíza Selma Rosane Arruda, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, na tarde de segunda-feira (26), a prestar esclarecimentos sobre denúncias relativas à 2ª fase da Operação Sodoma, no próximo dia 17 de julho.
"Combinou com César Zílio [então secretário de Administração] recebimentos de propinas de empresas do ramo gráfico representadas por Walace Guimarães, tendo acertado na ocasião que Walace iria efetuar apenas parte dos serviços contratados e, em contrapartida, repassaria propina a César Zílio e utilizaria parte desses recursos na campanha eleitoral para Prefeitura de Várzea Grande em 2012”, diz trecho do documento.
A decisão da magistrada ocorre após o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) confirmar que as gráficas de Liz e Intergraf e Editora pagaram por meio de “Caixa 2”, aproximadamente, R$ 2,8 milhões durante a campanha peemedebista de 2012.
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“Uma vez que os interrogatórios trazidos pela defesa não foram obtidos em juízo, determino que sejam reinterrogados”, diz em despacho que também determina o comparecimento da ex-secretária de Pedro Nadaf, Karla Cecilia.
No documento, a juíza especifica ainda que o não comparecimento do réu “à audiência designada, sem justa causa, a parte denunciada será decretada à revelia”.
No dia 13 de junho, quando a magistrada alterou a prisão preventiva do ex-governador, para domiciliar, Silval contou que o ex-secretário César Zílio atuou junto com Wallace para conseguir a propina para o caixa 2 da campanha.
“Confessou, ainda, que no ano de 2012 combinou com César Zílio [então secretário de Administração] recebimentos de propinas de empresas do ramo gráfico representadas por Walace Guimarães, tendo acertado na ocasião que Walace iria efetuar apenas parte dos serviços contratados e, em contrapartida, repassaria propina a César Zílio e utilizaria parte desses recursos na campanha eleitoral para Prefeitura de Várzea Grande em 2012”, diz trecho do documento.
O dono da gráfica Liz, o empresário Antônio Roni de Liz, e o empresário Evandro Gustavo Pontes, proprietário da Intergraf, já foram denunciados pelo Ministério Público do Estado (MPE).
Juntas, as empresas firmaram contratos na gestão Silval no valor de quase R$ 5 milhões em verba para serviços. Para o MP, tudo foi feito com o objetivo de desviar dinheiro público, já que não havia necessidade dos contratos.
A promotora de Justiça Ana Cristina Bardusco pediu, em suas alegações finais no processo que investiga o caso, a condenação do ex-prefeito cassado e dos empresários.
A partir de agora, o pedido do Ministério Público será analisado pela juíza da Selma Arruda. Caso sejam condenados, a pena pode chegar a 12 anos de prisão e multa.