CAROL SANFORD
DA REPORTAGEM
O ex-secretário de Estado de Indústria, Comércio, Minas e Energia, Alan Zanatta, em depoimento aos membros da CPI do Paletó, na Câmara de Cuiabá, afirmou que entregou a Emanuel Pinheiro (MDB) a gravação feita de sua conversa com o ex-chefe de gabinete de Silval Barbosa, Silvio Correa, porque entendeu que iria beneficiar o emedebista.
"Eu estive na casa do Emanuel e levei esse aparelho da gravação e falei: Emanuel, eu estou com esse áudio, estive com o Silvio ontem, e tem uns assuntos aqui que ele cita seu irmão e você. Você quer ouvir? Ele disse: Você pode deixar comigo? Falei: Sem problema nenhum. Deixei o áudio com ele e fui embora para Goiânia", disse Zanatta.
"Eu passei o áudio porque conheço o prefeito Emanuel Pinheiro, como conheço o Silvio também, e quando eu fui ao encontro do Silvio Correa, tivemos uma conversa aberta, falamos de todo o cenário político do Estado. Revendo essa gravação constatei que o que estava saindo na imprensa naquele momento, não batia com a realidade que eu estava conversando com o Silvio", afirmou Zanatta.
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O ex-secretário disse que no dia seguinte à gravação, decidiu ligar para Emanuel Pinheiro.
"Eu estive na casa do Emanuel e levei esse aparelho da gravação e falei: Emanuel, eu estou com esse áudio, estive com o Silvio ontem, e tem uns assuntos aqui que ele cita seu irmão e você. Você quer ouvir? Ele disse: Você pode deixar comigo? Falei: Sem problema nenhum. Deixei o áudio com ele e fui embora para Goiânia", disse Zanatta.
Ele garante que não influenciou o ex-chefe de gabinete de Silval a falar de Emanuel Pinheiro. "Em nenhum momento eu tentei induzir o Silvio a falar do Emanuel, tanto que vocês vão ver que a gente fala de outros parlamentares, de outras personalidades".
Motivos para gravar
Zanatta garante que decidiu gravar a conversa com Silvio Correa para se resguardar.
"Iniciativa foi minha, pelo motivo simples de que naquele momento o Estado estava passando por uma turbulência muito grande, onde o instrumento de gravação foi usado. Eu fui chamado para ir na casa do Silvio Correa e pelo motivo de me resguardar, porque hoje basta uma palavra mal colocada. Então foi mais um motivo de proteção, até porque eu não sabia qual era o motivo da conversa que ele queria ter comigo".
O caso
Silvio Correa foi gravado às escondidas pelo ex-secretário Alan Zanatta, em 28 de agosto do ano passado. Pouco tempo antes, Silvio fechou acordo de colaboração premiada junto ao Ministério Público Federal (MPF), quando entregou vídeos de vários políticos recebendo suposta propina para fazer 'vistas grossas' aos projetos do então governador Silval Barbosa. À época, Emanuel Pinheiro era deputado estadual e foi um dos políticos gravados por Silvio, colocando dinheiro no paletó.
