CELLY SILVA
DA REDAÇÃO
O ex-secretário de Estado de Planejamento e réu na Operação Sodoma 4, Arnaldo Alves de Souza Neto, passará a ser monitorado por tornozeleira eletrônica. A medida cautelar foi determinada pela juíza Selma Arruda, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, no dia 20 de fevereiro.
Arnaldo, que morava em Brasília (DF) quando foi preso na quarta fase da Operação Sodoma, em setembro do ano passado, foi posto em liberdade em janeiro deste ano, após julgamento de habeas corpus pela 2ª Câmara Criminal, que estipulou a fiança de R$ 607 mil como condição para a soltura do réu, que estava encarcerado no Centro de Custódia de Cuiabá, anexo ao presídio do bairro Carumbé.
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Com a saída da prisão, o ex-secretário voltou a morar em Brasília, para onde a juíza mandou carta precatória determinando que Arnaldo Alves compareça à audiência admonitória para colocação do aparelho de monitoração.
Além da colocação da tornozeleira, a magistrada reforçou medidas cautelares que já haviam sido impostas pela 2ª Câmara Criminal. Assim, o ex-secretário está proibido de manter contato com os demais réus e testemunhas do processo e de frequentar repartições públicas do Estado de Mato Grosso; não pode prejudicar o funcionamento da tornozeleira eletrônica, mantendo o aparelho sempre ligado e recarregar a bateria diariamente.
Em caso de um funcionamento, o réu deverá informar imediatamente o problema à Unidade Gestora de Monitoração.
A juíza Selma Arruda também deixou claro em sua decisão que o descumprimento de qualquer das imposições acarretará em nova prisão do ex-secretário.
Sodoma 4
A quarta fase da Operação Sodoma foi deflagrada em 26 de setembro do ano passado, quando diligências realizadas evidenciaram que o pagamento da desapropriação do bairro Jardim Liberdade, na região do bairro Osmar Cabral, no valor total de R$ 31.715 milhões à empresa Santorini Empreendimentos Imobiliários Ltda se deu com o único objetivo de desviar dinheiro público do Estado, em benefício da organização criminosa supostamente liderada pelo ex-governador Silval Barbosa.
Ficou comprovado na investigação que participaram dessa fraude além de Silval Barbosa, as pessoas de Pedro Jamil Nadaf (ex-secretario chefe da Casa Civil), Francisco Gomes de Andrade Lima Filho (procurador de Estado aposentado), Marcel de Cursi (ex-secretário de Fazenda), Arnaldo Alves De Souza Neto (ex-secretário de Planejamento), Afonso Dalberto (ex-presidente do Intermat), além do ex-proprietário do imóvel Antônio Rodrigues Carvalho, seu advogado Levi Machado, o operador financeiro do grupo criminoso Filinto Muller e o empresário Valdir Piran.
De todo o valor pago pelo Estado pela desapropriação, o correspondente a 50%, ou seja, R$ 15.857.000,00, retornaram via empresa SF Assessoria e Organização de Eventos, de Propriedade de Filinto Muller, em prol do grupo criminoso. O dinheiro teria repassado a ele pelo advogado da imobiliária, Levi Machado.
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