DA REDAÇÃO
No documento que autoriza o bloqueio de R$ 46 milhões em bens, para que a Justiça revertesse a prisão preventiva do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), em domiciliar, consta que o pemedebista não apenas aceitou confessar crimes de corrupção praticados durante sua gestão, como também firmou um termo de colaboração premiada com o Ministério Público Estadual (MP).
Em dois trechos dos documentos - assinados pelo filho e o irmão de Silval, Rodrigo Barbosa e Antônio Barbosa, respectivamente, a 7ª Vara Criminal de Cuiabá, responsável pelo caso, especifica: “Autorizo Silval Barbosa que indique para o acordo de colaboração junto ao Ministério Público os bens registrados”.
>>> Clique aqui e receba notícias de MT na palma da sua mão
Segundo informações, apesar de firmando o acordo de delação premiada com MP, a Justiça ainda não homologou e, neste caso, as declarações devem continuar em sigilo.
Outra questão que chama bastante atenção de quem participa das audiências, que desde deixou o Centro de Custódia da Capital (CCC), onde ficou preso por quase dois anos, o ex-governador tem mantido uma postura de confissão mesmo em processos originados em outras operações, caso da Seven.
Na última quarta-feira (19), por exemplo, Silval confessou à juíza da 7ª Vara Criminal, Selma Rosane Arruda, que autorizou a fraude e superfaturamento na compra de uma área localizada na região do Lago do Manso, adquirida do médico Filinto Corrêa, também réu na ação, por R$ 7 milhões, em 2014.
Ele disse que usou parte do dinheiro público para quitar uma dívida com o Buffet Leila Malouf, referente à festa de posse do ex-gestor, realizada no local.
O ex-governador só evitou citar pessoas com foro privilegiado, neste caso, sobre pagamentos que supostamente teriam sido feitos a conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE), para que a desapropriação de um terreno não fosse questionada. Mas avisou que o assunto voltará à pauta em outro processo.
"Prefiro não falar sobre isso nesse momento", limitou-se a dizer o ex-governador.
Há também a possibilidade de homologação de uma delação premiada no âmbito da Procuradoria-Geral da República, já que Silval teria muito a falar sobre personalidades com foro.
No início do mês de julho, o peemedebista prestou depoimento na sede Superintendência da Polícia Federal, em Cuiabá. A informação foi confirmada ao , pelo advogado de defesa Délio Lins.
Ele foi autorizado pela a juíza Selma Rosane Arruda para ir à PF e às Promotorias Reunidas da Capital.
O advogado argumentou que o motivo do depoimento à Polícia Federal não pode ser revelado, porque o processo corre em segredo de Justiça. Segundo apurou o site depoimento seria no âmbito da Operação Ararath, deflagrada em 2014.