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Cuiabá, 25 de Abril de 2024
25 de Abril de 2024

31 de Março de 2017, 14h:50 - A | A

PODERES / OPERAÇÃO IMPERADOR

Delator afirma ter entregue R$ 250 mil a Riva em 2016

Nesta semana o ex-parlamentar recebeu sua primeira condenação por peculato e lavagem de dinheiro. O depoimento desta sexta-feira é o primeiro após a sentença

ALCIONE DOS ANJOS
DA REPORTAGEM



O empresário e delator da Operação Imperador, Elias Nassarden, está prestando depoimento para a juíza Selma Arruda, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, na tarde desta sexta-feira (31). Durante sua fala, confessou ter entregue pessoalmente um pacote com dinheiro com valores entre R$ 150 mil a R$ 250 mil para o ex-deputado José Riva, no final de 2016.

Antes do interrogatório de Elias, a juíza ouviu a testemunha de defesa do ex-parlamentar, Rosivani Mônaco de Jesus. Riva será o último a ser interrogado.

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Na abertura das oitivas, o ex-deputado ficou frente a frente com a magistrada. Este é o primeiro encontro dos dois após Selma condenar o ex-parlamentar a 21 anos e oito meses de prisão por desvio de R$ 5 milhões da Assembleia Legislativa de Mato Grosso em ação decorrente da Operação Ararath.

O encontro desta vez atende pedido da defesa de Riva que solicitou que ele seja reinterrogado na ação penal relativa à Operação Imperador, deflagrada em fevereiro de 2015 pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). A mesma tática foi usada pela defesa para atuar a pena na ação referente à Ararath, ao que parece a estratégia não conseguiu diminuir o peso da caneta da magistrada.

Nesta ação, decorrente da Operação Imperador,  Riva é acusado de desviar até R$ 62 milhões dos cofres da ALMT, por meio de fraudes, na compra de material de escritório no período de 2005 a 2009. O esquema de corrupção se dava por meio de falsas aquisições de materiais de expediente junto a cinco empresas do ramo de papelaria, onde todas eram de “fachada”.  O pagamento era feito, mas o material nunca era entregue.

O caso

Para 'maquiar' o esquema foram forjados processos licitatórios nas modalidade carta-convite, pregão presencial e concorrência pública.  Cerca de 80% do dinheiro desviado voltava para as mãos de Riva, segundo as investigações.

Segundo denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), alguns deputados estaduais recebiam um “mensalinho” de R$ 70 mil do dinheiro desviado para não se opor aos projetos de interesse da Mesa Diretora, na época presidida por José Riva.

No total, são 14 réus na ação penal da Operação Imperador. Entretanto, apenas Riva teve a prisão preventiva decretada e chegou passar quatro meses no Centro de Custódia de Cuiabá, ganhando a liberdade via decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).  Por conta disso, a ação penal foi desmembrada.

Entre os réus está a candidata derrotada ao governo do Estado nas eleições de 2014, Janete Riva, esposa do ex-deputado José Riva. Ela é suspeita de validar a entrada de material de expediente que jamais foi entregue ao Legislativo enquanto exerceu a função de secretária de patrimônio do Legislativo.

Na esfera criminal José Riva responde a 36 processos que tramitam no Poder Judiciário de Mato Grosso. Doze deles, estão sob a responsabilidade da 7ª Vara Criminal da Capital.                       

 

 

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