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Cuiabá, 27 de Abril de 2024
27 de Abril de 2024

21 de Julho de 2017, 08h:03 - A | A

OPINIÃO / WILSON SOARES FUAH

Velhos tempos e belos dias

Saudade da velha Cuiabá da minha infância que não existe mais



Vamos lembrar-nos dos campinhos formadores de Crack de bola, que espalhavam por todos os bairros de Cuiabá, podemos citar alguns: Campinho da Av. Coronel Escolástico, Campinho da Rua São Benedito, Campinho da Mandioca, Campinho do Baú (Vila Isabel), Campinho do Bode, Campinho do Pico do Amor.

Em cada Campinho existia pelo menos um Crack, era aquele considerado o rei do pedaço; o arretado; o artista da bola; o moageiro; o dez do time; o digoreste; o “touceira”.

Nas décadas de 60 e 70, era comum encontrar pelos bairros de Cuiabá, um campinho de futebol, e durante as tardes de sábado e domingo, eram realizados os “jogos de bola”, era só quicar a bola que a gurizada aparecia de todos os cantos das ruas.

Esses campinhos eram construídos pela gurizada que faziam parte dos times, cada um trazia as ferramentas das suas casas e a base de “muxirum”, colocavam as traves (metas) feitas de madeira de piúva cortada no mato, a Bola era comprada através de cotas, cada um dava o que podia.

Os componentes dos times, eram escolhidos através do “par ou impar”, e entre os presente, aquele que ganhava começa a  escolher intercaladamente os jogadores presentes até completar os times, e aqueles que sobravam, ficavam aguardando um jogador cansar para ter a sua oportunidade para entrar no jogo, geralmente quem ficava de fora, era o perna de pau, era considerado muito ruim, ou ficava de fora ou virava goleiro.

Os campinhos de ruas, eram os formadores de futuros crack para as equipes amadoras e que posteriormente passavam para os profissionais, que na verdade os campinhos de ruas, eram as escolinhas de futebol da época, e às vezes eram promovidos jogos da turma do Baú contra a turma do Areão, ou desta rua contra aquela outra mais próxima.

Como era bom viver em Cuiabá naquele tempo, aos Domingos era os mesmos componentes dos times de futebol, que promoviam as “Domingueiras Dançantes ou Matinês, ao som de Sonatas, com músicas da Jovem Guarda, ou dos conjuntos da época, Renato e seus Blue Caps; Leno e Lilian; Os Vips; The fivers; Os Milionários e The Beatles, eram reuniões festivas onde era servido para almoço: cabeça de boi assada com vinagrete e mandioca cozida; ou arroz de forno com Sarapatel de miúdos de porco, e a bebida principal era o Ponche, (feito de vinho fervido com maça picotada); ou a “Caipirosca” feita de Pinga com Limão, e no lugar dos refrigerantes, usava-se servir refresco feito de groselha ou limão, a palavra Droga não existia, ou era apenas um remédio, ou uma mulher feia; e ao fim da festa era só amizade, e a violência nem pensar, todos eram amigos de todos.

Hoje tudo isso não existe mais, hoje o Crack que reina nos bairros de Cuiabá, é a famosa pedra de droga que transforma a juventude cuiabana em geração perdida, jovens sujos e jogados pelas ruas como um corpo sem alma, andando de um lado para o outro sem rumo, promovendo violência e roubos para garantir o vício.

Saudade da velha Cuiabá da minha infância que não existe mais, “velhos tempos e belos dias”.

Economista Wilson Carlos Fuáh – É Especialista em   Recursos Humanos e Relações Sociais e Políticas.

Fale com o Autor: [email protected]          

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marcinha 21/07/2017

VC quer voltar aquele buraco que era a cidade??? tenha dó..se hoje ta uma draga imagine há 50 anos.. tenha santa paciencia ne.. volta la, durma sem ar condicionado, viva sem celular e internet e sem hospitais de ponta de hoje.. vai la no Hosp Geral qdo precisar de medico né,..

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1 comentários

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