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Cuiabá, 13 de Maio de 2024
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23 de Julho de 2018, 08h:27 - A | A

OPINIÃO / RENATO DE PAIVA PEREIRA

O Veneno que salva

Sem defensivo, é impossível produzir em qualquer lugar, principalmente em um país tropical



Se alguma inovação tecnológica despertar a indignação dos presidenciáveis Marina Silva, Guilherme Boulos e Manuela D’Avila tem grande chance de ser boa. Agora, se também provocar a ira da Bela Gil e do Caetano, pode ter certeza de que é excepcional.

É o caso do Projeto de Lei que passou a ser chamado, com desprezo, de “Pacote do Veneno” pelas pessoas citadas acima e seus admiradores. O objetivo dele (projeto) é somente modernizar a regulamentação do uso de defensivos agrícolas no Brasil.

A tática de dar apelido ao inimigo é muito usada pelos retóricos e tem o poder influenciar e convencer as pessoas menos informadas. Claro que os defensivos são veneno, como gritam os ambientalistas, se não fossem não matariam os insetos que teimam em comer as lavouras que não plantaram.

 

Também os antibióticos vendidos nas farmácias são venenos que matam as bactérias. Uns e outros produzem efeitos colaterais indesejados, mas seus benefícios superam, com sobra, alguns inevitáveis danos.

Estranhamente, os mesmos que atrasam a entrada de agrotóxicos mais eficientes e menos poluentes no país, são os primeiros a gritar que tal ou qual produto, que já foi “banido” da Europa e dos Estados Unidos ainda está um uso aqui.

Notem que a escolha do incisivo verbo pretende esconder a verdade: ele não foi banido, mas substituído por outro mais moderno. Os ambientalistas sabem que estamos usando estes produtos “banidos” porque os novos, mais eficientes e menos danosos, levam de 6 a 10 anos para serem aprovados no Brasil.

A má fé dos verdes induz o povo a pensar que os agricultores brasileiros não têm preocupação com a segurança dos trabalhadores e preservação ambiental. O que o projeto em questão busca é apressar o uso de novas armas tecnológicas, concentrando no Ministério da Agricultura a liberação que hoje depende de diversos órgãos, alguns infestados de ideológicos de esquerda.

Para tanto, sugere aprovação provisória de produtos, cuja fórmula já esteja em uso em pelo menos três países participantes da OCDE - organização de 35 países ricos para cooperação e desenvolvimento econômico - e que adotem o código FAO, órgão cujo objetivo é eliminar a fome e erradicar a pobreza no mundo.

Sobre a burocracia brasileira e a pressão da esquerda, lembramos o caso recente dos transgênicos. Quando eles já eram usados em países de agricultura desenvolvida como Estados Unidos e Argentina, principalmente em lavouras de soja e trigo, aqui, grupos diversos e a imprensa ingênua, estridentemente garantiam que eles eram cancerígenos. O tempo mostrou que estavam errados e que seus protestos, como agora, só conseguem atrasar o avanço do país.

Neste episódio de oposição ao Projeto de Lei dos defensivos, o efeito aparenta ser contrário à suposta pretensão dos barulhentos: adiando a entrada no país de produtos mais modernos, os opositores estão forçando o uso dos mais antigos, menos eficientes e mais poluidores, porque, como mostra a experiência, sem defensivo é impossível produzir em qualquer lugar, principalmente em um país tropical.

Fica a impressão de que a resistência é somente uma birra com os agricultores, cujo sucesso os incomoda. Lamentavelmente parte dos brasileiros prefere confiar menos na seriedade de países avançados que já usam os novos defensivos, e mais nas opiniões românticas de artistas, chefes de cozinha e apresentadores de TV, que sem nenhum conhecimento técnico, estão fazendo campanha contra este Projeto de Lei.

RENATO DE PAIVA PEREIRA é empresário e escritor

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