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Cuiabá, 26 de Abril de 2024
26 de Abril de 2024

16 de Janeiro de 2018, 07h:55 - A | A

OPINIÃO / ONOFRE RIBEIRO

O Brasil do interior já existe

Os atuais 3 milhões 225 mil mato-grossenses são a exata mistura de DNAs



Este é o último desta série de 4 artigos sobre um Brasil que nasceu no interior do país nesses últimos 58 anos, depois de Brasília.

Em 1961 aportei em Brasília pra estudar. Um canteiro de obras empoeirado carregado de sonhos. Estudei lá até 1976 e mudei-me pra Mato Grosso.

Outro canteiro de sonhos pro futuro. Em 1973 começaram as migrações pro estado dentro da estratégia de ocupar e integrar a Amazônia contra interesses internacionais sobre ela.      

População de Mato Grosso (só a parte Norte) em 1970: 598 mil habitantes. Em 2017: 3 milhões 225 mil habitantes.

O Centro-Oeste que abriga esse Brasil novo também deu saltos fenomenais em todos os sentidos. Hoje gostaria de encerrar atendo-me às questões humanas.       

No Centro-Oeste, migrações de todas as regiões do país, primeiro em, Brasília e depois nos demais estados. Vamos falar de Mato Grosso em particular. Sulistas, gente do Sudeste e do Nordeste veio em larga escada.

Em 1980 foram 1.139 mil habitantes. Dobrou e dobraria a cada década até o ano 2000.

Gente de fora que se misturava aqui com gente daqui. Um novo tipo de brasileiro surgia no coração. Filhos de imigrantes europeus do Sul, mais todos os demais e os mato-grossenses.     

Os atuais 3 milhões 225 mil mato-grossenses são a exata mistura desses DNAs que aportaram no Estado ao longo de sua história.

Mudou a percepção humana. Cultural. Genética. Econômica. Social. Política.

É outra gente brasileira que não se ajusta nos moldes tradicionais de onde vieram e nos moldes de quem estava aqui antes de 1973. Universalização humana. Espiritual.      

Meus quatro filhos se casaram em Cuiabá. Netos misturados. Família cosmopolita.

Aqui agrego ao sonho místico, profético e geopolítico de Brasília, outra percepção profética do sacerdote católico Dom Bosco. (Está no Google como terceira profecia de Dom Bosco).

Ela anteviu em 1895, no Centro-Oeste, o começo de uma civilização a partir de Brasília a que ele chamou de “terra onde jorrará o leite e o mel e haverá uma riqueza incalculável”.      

Quem escreve tem a licença poética de avançar além dos limites da razão pura. Hoje tem-se em círculos iniciáticos que estudam a espiritualidade mais avançada, que “O Centro-Oeste do Brasil será a pátria dos refugiados climáticos do mundo no futuro próximo”.

Outra percepção em que acredito. Tema pra outra longa conversa.   

Encerro estes 4 artigos acreditando sem nenhuma dúvida de que Darcy Ribeiro estava certo quando previu que, a partir do Centro-Oeste, ondas se espalhariam a partir de Brasília na direção do litoral levando os fundamentos de uma civilização genuinamente brasileira...

ONOFRE RIBEIRO é jornalista em Mato Grosso.

onofreribeiro@onofreribeiro.com.br 

www.onofreribeiro.com.br     

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