ZENILDO SAMPAIO
Trato aqui de uma inusitada visita ao Palácio Paiaguás a que fui convocado para participar de uma reunião em que seria discutida a proposta de Lei sobre a criação da Agência Reguladora da Região Metropolitana de Cuiabá, pois sim, estava eu e o também Prefeito recém-empossado de Santo Antonio de Leverger, o meu amigo Harrison, sob a mesma convocação para às 8 da manhã.
Trago aqui o meu descontentamento, a minha decepção, meu desagrado com aquilo que este governo (do PMDB) tem se especializado, diria até mais, tem “mestres” por lá! Veja bem, fui convocado para uma reunião as 08h00, cheguei as 07h30, o Secretário Chefe da Casa Civil, signatário da Reunião, chegou às 08h15h, esperei até as 08h45, quando incomodado com a demora, em função dos transtornos que me causaria no cumprimento de outros compromissos, fui informado que o mesmo estava participando de um Culto no Gabinete do governador.
Nada contra isso, também sou Cristão. Quando passou pela sua ante-sala e nos viu, poderia o Nobre Secretário, por educação, ter nos avisado e nos convidado para o evento religioso. Certamente eu e o Prefeito Harrison nos sentiríamos honrados. Agora, inadvertidamente ou deliberadamente, nos fazer esperar. É desplante, é grotesco, é deselegante, é...
Trago a público este fato por não ter sido o único. Ao longo deste ano já sofri dessa “espera”, desse “descuido”, de reuniões e audiências marcadas e não cumpridas na SEDUC, na Secretaria de Transporte, na Secretaria de Saúde, na SEMA, órgãos do Governo Estadual - que se não fosse pela necessidade, muitas vezes pela URGÊNCIA, não aconselharia nenhum Prefeito cumprir essa romaria.
Tentei encontrar uma explicação para isso. Pensei no esforço que fiz em Livramento para alcançar a votação que o governador obteve, bem como seus aliados. Achei que haveria reconhecimento pelo empenho feito, talvez por ser filiado ao DEMOCRATAS, será isso?
Por Livramento ter um colégio eleitoral diminuto (que de qualquer forma fez a diferença, quando somado aos votos de Várzea Grande para minorar a derrota do governador na Capital)?
Por não ter amigos no Palácio? Por ter pouco trânsito nos escalões do Governo? Por não andar acompanhado de um Deputado (Estadual ou Federal)? Qual será o motivo? Ou todos eles somados?
E veja que situação ingrata essa minha: decidido a não disputar a reeleição, por motivos particulares, que por hora são dispensáveis, apoio um pré-candidato do PMDB do governador Silval Barbosa, do histórico militante e hoje Secretário da Casa Civil José Lacerda, que, como seus colegas das outras pastas anteriormente citadas, me dispensaram esse “nobre” tratamento.
Será conduta contumaz quando se trata de Prefeitos?
Pois bem, tenho aprendido uma lição: você não fica onde não quer, muito menos onde não é bem-vindo.
ZENILDO SAMPAIO é médico e prefeito de Nossa Senhora do Livramento.
