facebook-icon-color.png instagram-icon-color.png twitter-icon-color.png youtube-icon-color.png tiktok-icon-color.png
Cuiabá, 26 de Abril de 2024
26 de Abril de 2024

20 de Abril de 2017, 07h:55 - A | A

OPINIÃO / ERNANI CAPOROSSI

Infecção bucal pode matar

A boca é um verdadeiro paraíso para a proliferação de bactérias



Nem sempre, os cuidados com a saúde – seja do corpo ou da boca – são completos. As visitas a médicos e dentista quase nunca são regulares - ao contrário, são adiadas ao máximo. Muitas vezes, uma lesão aparentemente sem importância fica sem a devida atenção, o que pode ser um perigo.

Uma pequena infecção na boca, por exemplo, causada por uma cárie mal cuidada ou por uma gengivite, quando não tratada devidamente, pode ter consequências gravíssimas.

A infecção, cujo tratamento é simples e rápido, se feito por profissional qualificado, pode se espalhar pelo corpo, causando septicemia e a morte do paciente.

A boca é um verdadeiro paraíso para a proliferação de bactérias, que grudam nos dentes, nas próteses e até na mucosa. Quando acumuladas, elas não apenas causam cáries, gengivite e periodontite, como podem entrar na corrente sanguínea e migrar para qualquer parte do corpo.

Ao atingir o coração, essas bactérias podem infeccionar suas válvulas ou seus tecidos, cuja doença é chamada de endocardite. O problema fica mais grave problema, quando o paciente tem alguma má-formação ou usa próteses cardíacas.

Há estudos indicando que o taxa de mortalidade da endocardite é de 21% em pacientes com má formação cardíaca e 50% em pacientes com próteses. Pneumonia e artrite reumática são outras duas doenças que podem ser provocadas pelas bactérias bucais.

Na pneumonia, a infecção é levada ao coração, enquanto na artrite inflamam as articulações. Descontrole da diabetes, partos prematuros e nascimentos de bebês de baixo peso são outras enfermidades associadas à saúde bucal. É preciso ficar atento a qualquer foco de infecção na boca, pois ele pode disseminar bactérias para órgãos vitais, como coração e cérebro.

Os cuidados devem ser ainda maiores quando o paciente é portador de uma doença sistêmica associada, como diabetes, ou se estiver estressado, com baixa imunidade. Nestes casos, a infecção pode se generalizar.

Portanto, não se deve adiar a visita ao dentista, pois será ele a orientar o paciente sobre a correta higienização e providenciar o tratamento necessário.

Em casos de ambientes hospitalares, especial em unidades de tratamento intensivo, já se cobra a participação de profissionais dentistas em equipe multidisciplinares em hospitais e clínicas.

Já foi, inclusive, aprovado pelo Senado Federal, em 2013, um projeto de lei tornando obrigatória a presença de dentistas nestes locais. Algumas experiências com esta formatação têm gerado resultados positivos.

A mais recente está acontecendo no Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, em Natal, RN, onde estarei na próxima semana, de 16 a 19 de novembro, participando do 22º Encontro Anual da Sociedade Brasileiro de Odontologia Estética (SBOE), da qual sou membro fundador.

Segundo pesquisas, boa parte de pacientes com problemas cardíacos em bactéria bucal nas artérias. Por isso, a presença do dentista em equipes de atendimento nos hospitais pode contribuir consideravelmente para reduzir a incidência de infecção hospitalar no país.

Ernani Caporossi é especialista em dentística restauradora e prótese dental e MBA em Gestão em Saúde, membro fundador da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética (SBOE), membro da Sociedade Brasileira de Reabilitação Oral (SBOE) e da Academia Brasileira de Osseointegração (ABROSS). Há 34 anos atende em Cuiabá.

>>> Siga a gente no Twitter e fique bem informado

Comente esta notícia