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Cuiabá, 14 de Maio de 2024
14 de Maio de 2024

28 de Maio de 2019, 08h:43 - A | A

OPINIÃO / ONOFRE RIBEIRO

Ferrovia, ferrovias

Os erros estratégicos de agora terão peso irrecuperável no futuro



Assisti na manhã de ontem encontro do Fórum Pró-Ferrovia, na sede da Federação do Comércio, coordenado por Francisco Vuolo, filho do ex-senador Vicente Vuolo, autor do projeto no distante ano de 1976.

A discussão girou em torno de alguns temas: o prolongamento da ferrovia de Rondonópolis até Sorriso; a instalação de um terminal de cargas em Cuiabá; a prorrogação da  concessão do trecho paulista da ferrovia hoje dirigida pela empresa Rumos.

Os três pontos são delicados e complexos. Não gostaria de discuti-los aqui, porque já foram debatidos em muitas ocasiões e a evolução não andou.

Gostaria de traçar alguns pontos que na minha visão seriam os reais objetivos estratégicos sobre esse tema. Vou citá-los um a um pra poder raciocinar por partes.

1 – o assunto é complexo e importante demais pra ser deixado só nas mãos dos governos, dos parlamentares estaduais e dos interesses econômicos.

2 – todas as instituições públicas e privadas de Mato Grosso estão desconectadas do assunto. Ou, se estão conectadas, é de maneira amadora.

3 – a logística de Mato Grosso é muito clara: no futuro próximo quem detiver o poder sobre os transportes terá o poder político no Estado.

4 – Em 2028 a estimativa do Instituto Mato-grossense de Economia Agropécuária – IMEA, é de que em 2028 Mato Grosso produzirá cerca de 108 milhões de toneladas de grãos. É uma montanha de produção. Em 1990 o Brasil todo produziu 56 milhões de toneladas. Serão dois Brasis.

5 – Uma produção desse tamanho não passará despercebida ao mundo e aos negócios mundiais. Aliás, a economia mundial tem mais informações sobre Mato Grosso do que todas as nossas instituições.

6 – Essa produção está atraindo e atrairá cada dia mais os interesses mundiais de dominação dos meios de transportes e de toda a infraestrutura no Centro-Oeste e em Mato Grosso especialmente. Nota: na maioria serão interesses predatórios.

Concluo: discutir esse tema e outras da mesma relevância não pode ser feita somente pelos governos, pelos políticos e nem pelas empresas. É negócio. Mas estamos falando do futuro. Os erros estratégicos de agora terão peso irrecuperável no futuro. E estamos errando de forma primária!

ONOFRE RIBEIRO é jornalista em Mato Grosso.

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