facebook-icon-color.png instagram-icon-color.png twitter-icon-color.png youtube-icon-color.png tiktok-icon-color.png
Cuiabá, 14 de Maio de 2024
14 de Maio de 2024

31 de Maio de 2019, 10h:41 - A | A

OPINIÃO / GONÇALO ANTUNES

Determinismo e arbítrio

Para o determinismo, as ações são determinadas por leis da natureza



O livre arbítrio é o direito e o poder que cada qual possui nas suas próprias escolhas. Geralmente as religiões utilizam a expressão. Pode ser considerado em sua dimensão psicológica, moral e científica.

No que diz respeito ao cristianismo, em muitas passagens bíblicas existe a possibilidade de escolha aos cristãos. Ali, é a vontade de Deus que as pessoas tenham atitudes positivas perante a sociedade, caso contrário, serão responsabilizadas.

 
 
Santo Agostinho in “De Libero Arbitrio”, pelos idos de 395, trata do tema. Para ele, o livre arbítrio tem o mesmo conceito de liberdade. Assim, para ele, o livre arbítrio é a possibilidade de escolher entre o bem e o mal. Por outro viés, a liberdade é o uso adequado do livre arbítrio. Logo, nem todo homem é livre quando faz uso do livre arbítrio, dependendo sempre de como o faz.

Para o citado filósofo/teólogo, o livre arbítrio fica mais relacionado com a vontade. A distinção entre liberdade e livre arbítrio é que o primeiro é uma ação, enquanto que o segundo se constitui em uma faculdade.

O espiritismo também se debruça sobre o livre arbítrio como uma das propriedades fundamentais do espírito para alcançar a evolução espiritual.  A partir do momento em que se conhece a doutrina, errar por vontade é ainda mais prejudicial à respectiva evolução espiritual. O ser humano encarnado fica responsável pelas suas escolhas. Existe um aumento da responsabilização pelas ações praticadas.

Na filosofia, o livre arbítrio é o oposto ao determinismo, já que o último defende que os acontecimentos são causados por ocorrências anteriores.

Para o determinismo, as ações são determinadas por leis da natureza ou por outras causas, vale dizer, causas sucessivas. A filosofia explica, dá sentido às ações.

Importa frisar que apesar dos críticos argumentarem que o espírito, a alma, o desejo, a escolha e a vontade humana não coexistem no mesmo universo casual da natureza, não sendo regidos por leis imutáveis, os deterministas rebatem, assentando que eles ignoram o co-determinismo, ou seja, o conceito de que existem relações entre várias realidades diferentes, seja molecular, social, planetária, psíquica etc.

Outros, como Nietzsche e Deleuze, não interpretam o determinismo e a liberdade como contraditórios. A liberdade seria diferente do livre arbítrio, com a capacidade de criação. Seria, assim, o livre-arbítrio apenas a escolha entre seleções que já foram geradas desde sempre.

É por aí...

GONÇALO ANTUNES DE BARROS NETO é juiz em Cuiabá.

>>> Siga a gente no Twitter e fique bem informado

Comente esta notícia