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Cuiabá, 26 de Abril de 2024
26 de Abril de 2024

01 de Outubro de 2016, 07h:55 - A | A

OPINIÃO /

A eleição e o transporte público

De eleição em eleição o “usuário” do transporte público ou privado

WILSON SOARES FUÁH



Durante a campanha eleitoral vimos algumas propostas para melhorar o transporte de pessoas que necessitam deslocar para o trabalho ou estudar, mas não tem um transporte público que dê dignidade a aqueles que não têm outro meio de transporte.

Entre os candidatos vimos algumas propostas:

1 – O “de mente”  Socialista afirma:  que se ganhar a eleição ira implantar a tarifa zero, e ainda fará a estatização do meio de transporte em Cuiabá;

2 – O “de mente”  Reformista afirma, que implantará a menor tarifa das capitais e afirma que é possível com o remanejamento de receita e diminuição do lucro das empresas de transporte público desta cidade;

3 – O “de mente”  Cobrador do novo,  afirma que implantará o VLT com o recurso de Brasília, pois todo o dinheiro está lá, e basta apenas ter amigos  e projetos.

4 – O “de mente”  Visionista trabalhista, afirma que o desempregado não pagará transporte público, até  arrumar outro emprego;

5 – O “de mente” Lazer aos domingos, afirma que aos domingos o transporte será livre, para o trabalhador passear de ônibus pela cidade.

6 – O “de mente” Deixa estar para ver como é fica, sem proposta.

Mas, vejam a realidade do Transporte Público, que de público é só o nome, pois quem paga é o povo, e que paga muito caro pelo que recebe de retorno em forma de Transporte Privado, senão vejamos:  

1 – Terminais - que mais parecem galpões abandonados, com banheiros insalubres, sem asseio e fedorentos. Um lugar sem acomodações e quando chove o que se vê são goteiras por todos os lados;

2 – Pontos de ônibus, que na verdade são compostos de pequenas coberturas e um banquinho duro de concreto que só cabe 05 pessoas sem conforte nenhum e o restante fica em pé sem a devida proteção do sol ou da chuva;

3 – Números de ônibus disponíveis são infinitamente menores do que a necessidade dos usuários, o que impõe a povo:- situação humilhante ao serem transportados sem dignidade e sem um mínimo respeito ao ser humano; - pessoas amontoadas em pé, sem acento e sem segurança, pois não pode usar o cinto de segurança; imaginem se “os amarelinhos” fossem aplicar multas aos ônibus que transportam pessoas sem usar cinto, seriam todos multados e os motoristas teriam o maior número de infração nas suas CNH’s.

Talvez porque recebam “orientação superior” para entender que o povo é que está errado e não as empresas. 

A solução para os políticos administradores,  quando sofrem  uma pressão logo pensam em criar novos impostos, e esquecem que o povo já carrega uma enorme carga tributária. Mas,  nas cabeças de Brasília, vê nos bolsos dos contribuintes a única solução:  

1 -  Existe uma proposta para instituir a CIDE (Contribuição de Intervenção de Domínio Econômico) para subsidiar o transporte público. Ou seja, quem tem automóvel e abastece o veículo com álcool ou gasolina, passaria a subsidiar com recursos extras ao transporte coletivo;

2 - Implantar o “Regime Especial de Incentivos para o Transporte Coletivo”. Que na prática, com aprovação desse Projeto de Lei, tornaria possível a desoneração de todos os impostos em cascata que incidem sobre o transporte público, que ao final iram para os “caixas das empresas”. 

Ao invés de criar mais impostos com sentido de engordar caixas e manter esse modelo de transporte através dos ônibus caindo pedaços, já ultrapassado e questionado pelo povo, os políticos dirigentes deveriam buscar recursos da União para implantação  definitivamente o VLT’s ligando os pontos finais da cidade de norte a sul e de leste a oeste, e tendo como sistema de integração dos bairros a implantação do sistema BRT.

Os Conselhos Municipais de Usuários do Transporte Público, deveriam ser compostos de representantes atuantes e capacitados para fiscalizar as receitas e despesas das empresas que detém a concessão do transporte público; que saibam analisar as planilhas de custo e margem de lucro das empresas. 

A Prefeitura deveria contratar através de licitação, uma empresa a nível nacional com notório saber em análise Contábil e Financeira, e com conhecimento  para análise dos Balanços e Balancetes e principalmente com poder de auditar as Planilhas de Custos, que dariam as ferramentas necessárias para o entendimento de todo esse complexo mundo de dados econômico e financeiro das empresas de transporte público, dando ao Prefeito o poder de decisão, aos Vereadores o poder de votação e aos representantes de diversos setores da sociedade que poderão compor o Conselho Municipal dos Usuários a certeza que o povo não esta sendo roubado.

Com isso explodiria a Caixa Preta que tornou o obscuro e complexo mundo dos números do Transporte Público no Brasil e a passagem passariam a ter um preço justo.

E assim de eleição em eleição o “usuário” do transporte público ou privado, continua sendo enganado, até  perceber que na democracia o verdadeiro poder emana do povo e não do político de plantão.

Wilson Carlos Fuáh é economista e Especialista em Recursos Humanos e Relações Sociais e Políticas.

Fale com o Autor: [email protected]

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