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Cuiabá, 13 de Maio de 2024
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13 de Julho de 2019, 07h:55 - A | A

OPINIÃO / ROSANA LEITE

Masculinidade tóxica

Quem nunca ouviu dizer que é obrigação do homem o sustento da família? Que homem não chora?



Quantos homens já ouviram qual o comportamento devem ter, em razão do sexo masculino? E quantos outros não concordam com as posições sociais e obrigações que devem assumir para firmar a masculinidade? 

Muito de tudo isso se percebe desde o nascimento das crianças do sexo masculino. Já no ventre materno, ao descobrir se cuidar de um menino, a cor azul passa a ser uniforme no guarda-roupa desse Ser Humano que está por vir ao mundo. Objetos de meninos, brinquedos de meninos, sentimentos de meninos e tudo o mais...

A bem da verdade, o homem acaba por carregar uma carga imensa que não é só dele, máxime, em tempos de liberdade de gênero e igualdade em todos os lugares. Após tantos anos de machismo exacerbado, o que se vê são homens preocupados em abandonar conceitos anteriormente reconhecidos como normais, mas, que feriam as mulheres. 

Quem nunca ouviu dizer que é obrigação do homem o sustento da família? Que homem não chora? Que o homem é bruto por não poder expressar sentimentos? Que determinada roupa não pode ser usada por eles, para não ferir a masculinidade?

E aqueles que precisam firmar a “virilidade”? Esses, onde as famílias tradicionalmente entendem ser homem com provas de fortaleza e desempenho sexual sofrem sobremaneira. Sem contar os traumas vivenciados, já que todo o histórico familiar sempre caminhou para atitudes desse jaez.  

A sociedade possui dívida eterna com o gênero feminino. Desde os primórdios, com as imagens de elas serem arrastadas pelos cabelos por seus companheiros, até o presente momento, medidas ainda carecem. Dizer que homens são agressivos pelo gênero, é afirmar que as mulheres devem aceitar ofensas. 

Alguns episódios, inclusive, ocorrem por estigmas de masculinidade tóxica. Homens se arriscam no trânsito, para provar que conduzem veículos melhor que as mulheres. Eles vão a óbito, principalmente por câncer de próstata, para evitar se submeter ao exame. No ambiente de trabalho, o gênero masculino, para não assumir erros e não ficar “por baixo”, briga desnecessariamente. 

É evidente que o machismo arraigado proporciona discriminações, preconceitos e violências contra as mulheres. E esse patriarcalismo é visível em toda parte, desde pequenas a grandes ações. Desde cantadas em mulheres, até o estupro...

Com a finalidade de ser sempre forte, confirmando que não pode exprimir qualquer desempenho que lembre o feminino, acabam com condutas destrutivas e desnecessárias. 

Entender sobre vulnerabilidade, ser altruísta e ter compaixão, não devem ser características e sentimentos apenas do gênero feminino. Condutas de força e sem covardia necessitam ser inerente a qualquer gênero. O masculino não é superior ao feminino. 

Rosana Leite Antunes de Barros é defensora pública estadual.

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