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Cuiabá, 26 de Abril de 2024
26 de Abril de 2024

22 de Maio de 2019, 16h:17 - A | A

GERAL / DESFILE DE "ADOTÁVEIS"

Imprensa nacional critica evento em Shopping; Advogado cuiabano compara a feira de escravos

DA REDAÇÃO



Tomaram proporção nacional as críticas à segunda edição do evento "Adoção na Passarela", realizado na terça-feira (21), no Pantanal Shopping, em Cuiabá, em que crianças de quatro a 17 anos aptas à adoção, participaram de um desfile em uma passarela montada no local, onde assistiam ao desfile pais com interesse em adotar e consumidores do comércio.

Nesta quarta-feira (22), sites nacionais como o site R7,o Jornal Extra e a Revista Cláudia, além da Defensoria Pública do Estado, entre outros publicaram que o evento expôs crianças aptas à adoção, como se fossem mercadorias.

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O Extra publicou que o desfile foi  “comparado por internautas a uma "vitrine" de loja e uma "feira de adoção" de animais de estimação”.

Já o R7 divulgou que o advogado e escritor Eduardo Mahon comparou o evento à feira de escravos, frequentada por latifundiários em busca de “trabalhadores”, os quais avaliavam pelo porte e pelos dentes.

A Revista Cláudia destacou que “Na internet, o evento foi considerado como uma ideia equivocada e recebeu diversas críticas. Guilherme Boulos, ex-candidato à presidência da República pelo PSOL, se posicionou no Twitter e considerou o desfile uma “perversidade inacreditável”.

Em Mato Grosso, a Defensoria Pública do Estado emitiu nota de repúdio.

A Comissão de Infância e Juventude (CIJ), a Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso (OAB-MT) e a Associação de Pesquisa e Apoio à Adoção (Ampara), que são responsáveis pela organização do desfile, destacaram que a intenção era dar "visibilidade aos jovens".

Outro lado

O Pantanal Shopping emitiou nota repudiando a objetificação de crianças e adolescentes e esclarecendo os fatos.

Confira a nota do Pantanal Shopping na íntegra

O Pantanal Shopping informa que repudia a objetificação de crianças e adolescentes e esclarece que o único intuito em receber a ação foi contribuir com a promoção e conscientização sobre adoção e os direitos da criança e adolescente com palestras e seminários conduzidos por órgãos competentes que possuem legitimidade no assunto. O shopping afirma que a ação foi promovida pela Associação Mato Grossense de Pesquisa e Apoio à Adoção (Ampara) em parceria com Comissão de Infância e Juventude (CIJ) da OAB-MT e reitera que o evento contou ainda com o apoio do Ministério Público do Estado do Mato Grosso, Poder Judiciário do Estado do MT, Governo Estadual do MT, Secretaria de Estado de Assistência Social e Cidadania, Sindicato dos Oficiais de Justiça, Associação Nacional do Grupo de Apoio à Adoção e Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente, além do Tribunal de Justiça do Mato Grosso.

OAB

A OAB-MT emitiu nota esclarecendo que nunca foi objetivo do evento apresentar as crianças e adolescentes a famílias para a concretização da adoção. A ideia da ação visa promover a convivência social e mostrar a diversidade da construção familiar por meio da adoção com a participação das famílias adotivas.

 

CONFIRA A NOTA DA OAB NA ÍNTEGRA 

Diante da repercussão do evento “Adoção na Passarela”, realizado pela Associação Mato-grossense de Pesquisa e Apoio à Adoção (AMPARA) e pela Comissão de Infância e Juventude (CIJ) da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT), as instituições vêm a público esclarecer que:

- Nunca foi o objetivo do evento – parte integrante de uma série de outros que compõem a “Semana da Adoção” – apresentar as crianças e adolescentes a famílias para a concretização da adoção. A ideia da ação visa promover a convivência social e mostrar a diversidade da construção familiar por meio da adoção com a participação das famílias adotivas;

- Nenhuma criança ou adolescente foi obrigado a participar do evento e todos eles expressaram aos organizadores alegria com a possibilidade de participarem de um momento como esse. A ação deu a eles a oportunidade de, em um mundo que os trata como se invisíveis fossem, poderem integrar uma convivência social, diretriz do Plano Nacional de Convivência Familiar e Comunitária. Esse evento, inclusive, ocorre pela segunda vez;

- Crianças e adolescentes que desfilaram o fizeram na companhia de seus “padrinhos” ou com seus pais adotivos. A realização do evento ocorreu sob absoluta autorização judicial conferida pelas varas da Infância e Juventude de Cuiabá e Várzea Grande, bem como o apoio do Poder Judiciário.

- A OAB-MT e a Ampara repudiam qualquer tipo de distorção do evento associando-o a períodos sombrios de nossa história e reitera que em nenhum momento houve a exposição de crianças e adolescentes;

- Vale destacar que o desfile foi apenas uma das ações da “Semana da Adoção”. Ao longo dos dias do evento foram realizados também palestras, seminários e recreação para as crianças;

- A falta de interessados na chamada “adoção tardia” faz com que seja urgente a adoção de medidas como a Semana da Adoção, que tornam público esse problema social. Conforme o Relatório de Dados Estatísticos do Cadastro Nacional de Adoção do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), 8,7 mil crianças e adolescentes aguardam por uma família.

- Na edição anterior do evento, realizado em 2016, dois adolescentes, cujo perfil está fora dos parâmetros de preferência da fila de interessados, foram adotados graças ao trabalho realizado, que deu visibilidade à questão. A iniciativa tem sido tão exitosa na forma como aborda o problema que outros Estados realizaram eventos semelhantes, como “Esperando por você” (ES), “Adote um Pequeno Torcedor” (PE) e “Adote um Pequeno Campeão” (MG);

- Por fim, a Ampara e a OAB-MT, realizadoras do evento, agradecem a disposição de todos os demais órgãos e entidades apoiadores, dentre eles o Tribunal de Justiça de Mato Grosso e o Pantanal Shopping, por entenderem a grandeza de sua finalidade e abraçarem, de forma voluntária, a causa da adoção no Estado. Também conclamam a sociedade em geral para uma discussão séria e efetiva sobre o tema para que mais estratégias possam ser adotadas em prol do direito de possibilitar o acolhimento familiar a essas crianças e esses adolescentes.

 

 

 

 

 

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Cora 22/05/2019

A intenção pode ter sido boa, porém errada. Aos órgãos participantes faltou bom censo, sensibilidade. Se coloquem no lugar dessas crianças expostas como mercadoria... retrocesso total.

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Flavio 22/05/2019

Obviamente uma falha da organização. Uma apresentação por coral musical ou peça teatral talvez seria mais conveniente. Mas foi um erro acidental, causado na tentativa de alcançar um objetivo nobre. Meus sinceros parabéns à aqueles que se dedicam a cuidar e buscar um futuro melhor para essas crianças. Desejo a todos vocês, profissionais das entidades e crianças, que sejam afortunados de todo carinho, saúde e afeto.

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2 comentários

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