MIKHAIL FAVALESSA
DA REPORTAGEM
A juíza Eleonora Alves Lacerda, da 5ª Vara da Justiça do Trabalho de Cuiabá, anulou o leilão judicial da Mineração Salomão, atualmente Mineração Casa de Pedra, que tem como sócio o ex-prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (DEM).
As investigações apontam que Mauro comprou a Mineradora Salomão por R$ 2,8 milhões, sendo que o valor real era de R$ 723 milhões.
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A decisão, do dia 25, atente à ação da IDEPP Desenvolvimento de Projetos Ltda, empresa que era interessada no leilão. A argumentação é de que teriam ocorrido diversas irregularidades na compra da mineradora em 2011.
A denúncia é de que o juiz trabalhista t Luiz Aparecido Ferreira Torres- aposentado compulsoriamente pelos fatos - teria fraudado o processo com o auxílio do contador José Oliveira para favorecer o grupo de Mendes no leilão.
Também são donos da mineradora Valdinei Mauro de Souza e a filha dele, Jéssica Cristina de Souza, que é apontada colo ‘laranja’, já que após a compra passou 98% das cotas para o pai dela e Mauro Mendes.
Todos os acusados passaram a ser réus em 2015.
Outro lado
Mauro Mendes (DEM), que agora é pré-candidato ao Governo do Estado, afirmou nesta quarta-feira (11), antes de audiência ao juiz da 3ª Vara Federal, César Augusto Bearsi, que não houve fraude no processo de compra da Mineradora Salomão, atualmente Mineração Casa de Pedra.
Mendes crê que após a audiência, a ação seja arquivada, assim como aconteceu quando foi acusado de participação na Operação Ararath. Ainda segundo Mauro, a questão não deve atrapalhar as eleições deste ano.
"Eu fui acusado pela Ararath em 2014. Passaram três anos e foi arquivado com parecer da Polícia Federal, do Ministério Público e do juiz a meu favor. Não tenho dúvida nenhuma que esse processo também será arquivado, porque a verdade está do nosso lado".
O ex-prefeito argumentou contra a acusação de que o leilão teria sido 'facilitado' a ele e que teria usado 'laranja' na compra.
"A linha da nossa defesa é absolutamente a verdade. Havia três sócios, nós compramos dos três sócios todas as cotas e pagamos. O leilão foi um empecílio que surgiu naquele momento e que meu sócio na época foi lá e arrematou. Não tem nada de errado nisso e tudo será provado aqui, na Justiça Federal", afirmou Mendes.
Além de Mauro Mendes, serão ouvidos pelo magistrado os réus Valdinei Mauro de Souza, sócio de Mendes na empresa Maney Mineração Casa de Pedra Ltda; Jéssica Cristina de Souza (filha de Valdinei); o juiz aposentado Luis Aparecido Torres e o contador José Faria de Oliveira, além das testemunhas de acusação.
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