ANA CRISTINA VIEIRA
DA REDAÇÃO
A juíza de direito de Mato Grosso, Gabriela Knaul, destacou que a recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que decidiu que mulheres grávidas e mães de crianças de até 12 anos que estejam em prisão provisória (ou seja, que não foram condenadas) terão o direito de deixar a cadeia e ficar em prisão domiciliar até seu caso ser julgado.
"A mulher, as meninas grávidas, me parece que estão numa possiblidade de risco maior. A decisão mais acertada deveria ser outra, um sistema carcerário compativel com a mulher grávida, que respeite a dignidade da mulher".
Gabriela ressalta que apesar da legislação específica e mecanismos de proteção à mulher, ela continua sendo, em muitas situações, vulnerável. A juíza de direito de Mato Grosso, Gabriela Knaul, destacou que é preciso ter sensiblidade na magistratura para lidar com questões que envolvem mulheres, crianças e idosos.
"A mulher, as meninas grávidas, me parece que estão numa possiblidade de risco maior. A decisão mais acertada deveria ser outra, um sistema carcerário compativel com a mulher grávida, que respeite a dignidade da mulher".
"São pessoas que precisam de proteção integral do Estado e as mulheres fazem parte de um grupo com maior vulnerabilidade". Ela citou o último estudo da Onu que aponta que 122 milhões de mulheres vivem em estado de pobreza.
Primeira mulher a ser nomeada pelo Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas para exercer a Relatoria Especial para a Independência de Juízes e Advogados, a magistrada também sentiu a discriminação por diversos países pelos quais percorreu em seis anos de atuação na ONU.
"Em muitos países a primeira pergunta que me faziam era: você é casada? ou o que seu marido pensa de você andar o mundo? Para um homem essa pergunta não aconteceria".
Atuando como juíza eleitoral, ela alertou quanto às fraudes envolvendo mulheres, as chamadas "candidatas laranjas" para cumprir a cota de 30%, segundo dados do TSE.
Confira a entrevista na íntegra:
Guga 10/03/2018
Vai vir avalanche de criminosas engravidando
Alice Tocantins 08/03/2018
Juíza admirável e com questões importantes para refletirmos
2 comentários