ALCIONE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
Para honrar a memoria do marido e do filho, Saint Clair Martins Souto, 68 anos, e Saint Clair Martins Souto Filho, 38 anos, mortos em setembro do ano passado, a advogada Elizabeth Diniz Martins Souto, a Beth, diz que decidiu guardar a dor no peito e lutar por Justiça.
“Ainda não tive tempo de chorar. Não tantos problemas para serem resolvidos como inventário, conversa com agentes do direito sobre o caso, acompanhar o processo criminal, enfim”, enumera.
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“Embora esposa e mãe das vítimas não poderia delegar essa função para outro colega. Sei que eles são muito competentes, mas quero honrar a memoria do meu marido e filho”, revela.
Advogada criminal, Eleizabeth se tornou assistente de acusação da Promotoria e acompanha todo o trâmite do processo desde a abertura do inquérito policial.
“Embora esposa e mãe das vítimas não poderia delegar essa função para outro colega. Sei que eles são muito competentes, mas quero honrar a memoria do meu marido e filho”, revela.
Na terça-feira (11), Beth comemorou a manutenção da prisão do assassino confesso dos seus familiares, o gerente de fazenda José Bonfim Alves Santana. A 1ª Câmara Criminal do TJMT negou, por unanimidade, o habeas corpus ao réu confesso .
“Toda família temia pela segurança se ele fosse solto”, definiu.
Elizabeth ressalta que o crime marcou para sempre a família. Conta que o filho mais velho está em tratamento por conta do abatimento gerado com as perdas do pai e irmão. A filha do casal que mora em Portugal, veio ao Brasil para dar suporte para a família e também passa por profunda tristeza.
"As vezes, a emoção toma conta, mas em seguida coloco o pensamento firme de que preciso fazer meu trabalho para que a Justiça seja feita e que esse homem pague pelos seus crimes”, desabafa.
“Para mim parece que a ficha ainda não caiu. Estou enfrentando a tristeza, não sei se eles que estão me dando forças e de onde eles estão agora, mas sinto que não posso parar. As vezes, a emoção toma conta, mas em seguida coloco o pensamento firme de que preciso fazer meu trabalho para que a Justiça seja feita e que esse homem pague pelos seus crimes”, desabafa. “Minha preocupação é quando o julgamento acabar. Tenho medo de desabar”, confessa.
A viúva comenta que a família não tem mais interesse em manter a Fazenda Santa Luzia, localizada em Vila Rica (a 1300 quilômetros de Cuiabá), onde o duplo homicídio ocorreu. “Colocamos tudo a venda. Não tem mais sentido”, revela.
O crime
José Bonfim era empregado da família e estaria vendendo o gado dos patrões, sem repassar o dinheiro para os donos. Para encobrir o caso, quando foi descoberto, o funcionário assassinou pai e filho a tiros e depois escondeu os corpos.
Ele confessou o crime no mesmo dia em que foi preso e responde pelo crime de duplo homicídio, triplamente qualificado (impossibilidade de defesa das vítimas, motivo torpe e para ocultar a prática de outros crimes).