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Cuiabá, 06 de Maio de 2024
06 de Maio de 2024

25 de Fevereiro de 2015, 08h:17 - A | A

GERAL / ENSINO PRIVADO

Unic é forçada a reduzir reajuste das mensalidades para manter contratos do Fies

Universidade aumentou valor mensal em mais de 12%. MEC só autorizou 6,4% e alunos ficariam sem o benefício

KEKA WERNECK
DA REDAÇÃO



A Universidade de Cuiabá (Unic) foi obrigada a reduzir o reajuste excessivo que tinha aplicado no início deste ano, porque, após aumentar em mais de 12% as mensalidades de todos os cursos que oferece, os alunos beneficiados pelo Programa de Financiamento Estudantil (Fies) tiveram problemas em renovar o contrato. O sistema Fies começou a travar, por causa do aumento abusivo.

O estudante de Odontologia R.M., de 19 anos, por exemplo, pagava ano passado R$ 2.995,00 por mês para se formar dentista. Como o valor é muito alto, recorreu ao Fies, porque desta forma poderia começar a quitar a dívida depois de formado, em tese quando já tiver um salário ou alguma forma de rendimento. No início deste ano, o valor da mensalidade dele aumentou em 13,5%, para R$ 3.398,00. Quando ele foi fazer o recadastramento do Fies, não conseguia avançar no sistema.

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O mesmo aconteceu com a estudante de Educação Física Sueli Cristina Domingues, 25, que passou toda a manhã do dia 5 de fevereiro na fila de espera na Unic para resolver o problema, mas não conseguiu. Segundo ela, a Universidade orientava os alunos a fazerem a renegociação da dívida pelo site do Fies. “Eu fiz isso, mas não consegui finalizar o processo e, quando a gente voltava à universidade, também não resolvia nada, porque dava erro no sistema”, reclamou na ocasião.

No início do ano a mensalidade da Educação Física subiu mais de 12%, de R$ 1.088,00 para R$ 1.232,27.

Sueli selou um compromisso de pagar a faculdade em 18 anos em parcelas mensais de R$ 480, iniciando o pagamento 1 ano e 8 meses após a formatura. Quando o recadastramento começou a dar problema, ela pensou em largar o curso, alegando estar preocupada com um investimento tão alto assim.

Os alunos, como estes dois, denunciaram o caso ao RepórterMT, até porque quem não faz os aditamentos, conforme exigência contratual do Fies, corre o risco de perder o financiamento.

A princípio a Unic alegou que estava enfrentando, desde o dia 2 de fevereiro, momentos de lentidão e queda do sistema SisFIES. Chegou a declarar, por meio de nota, que “os problemas sistêmicos apresentados pelo SisFIES são vivenciados por todas as instituições de ensino do país, gerando uma demora superior ao normal na operação das demandas acadêmicas internas, fator que impacta no tempo de espera na fila de atendimento da unidade”.

A Unic também informou que o reajuste anual na maioria das mensalidades não é novidade, porque isso ocorre todos os anos.

O Ministério da Educação (MEC), no entanto, informou que o problema estava nos reajustes abusivos e deu prazo até essa segunda-feira (23), início do ano letivo, para a Unic recuar e reduzir os aumentos, que variam de curso para curso.

O MEC havia bloqueado o crédito para as instituições que aumentaram as mensalidades acima de 4,5%, meta de inflação fixada pelo governo. Mas como não foi somente a Unic que abusou na hora de fazer os reajustes, o ministério acabou flexibilizando para 6,4%.

Após mais de 24 horas de tentativas, a Unic não quis informar ao RepórterMT se obedeceu à determinação do MEC em todos os cursos. Por meio de nota, através da Assessoria de Imprensa, disse apenas que: “A reabertura das inscrições de novos contratos do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) para o primeiro semestre de 2015 garante a oportunidade de iniciar o ensino superior a milhares de alunos. A Unic segue comprometida no alcance de metas importantes para o desenvolvimento da educação no Brasil e em negociação com o MEC para garantir a sustentabilidade do programa.”

Os estudantes da Unic do curso de Odonto agora vão pagar R$ 3.179,00. Conseguiram uma redução de 6,2%.

Desde 2010, o Fies acumula 1,9 milhão de contratos e abrange mais de 1,6 mil instituições.

 

 

 

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