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Cuiabá, 13 de Maio de 2024
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05 de Março de 2019, 08h:00 - A | A

GERAL / O AMANTE GANHOU

Suspeito de matar ex-mulher, homem luta pela guarda dos filhos; Ele não vê há 4 anos

Os dois filhos do casal foram entregues ao suposto pai biológico do mais velho, que levou ambos para a Bahia

MARCIO CAMILO
DA REDAÇÃO



O técnico em T.I., Waldemiro de Arruda, 43 anos,  luta há 4 anos para ficar com a guarda dos filhos, depois que a ex-esposa, Solange  Fátima Willer, 33 anos, foi assassinada a tiros em frente à prefeitura de Lucas do Rio Verde (354 km de Cuiabá), em  junho 2014. Waldemiro é apontado pela Polícia Civil como o único suspeito do crime, mas o inquérito possui provas e laudos inconsistentes e o caso segue cercado de ministérios e longe de uma solução definitiva. 

Depois que a esposa foi assassinada, os filhos de Waldemiro; um menino de 12 anos e uma menina de nove,  foram entregues para ao suposto amante de Solange, que seria pai  biológico do menino. Ele conseguiu ficar com a guarda das crianças – que na época tinham 8 e 4 anos – depois de um laudo da assistência social apontar que Waldemiro sofria de transtorno de personalidade. As crianças foram retiradas do pai no madrugada do dia seguinte ao crime.

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De acordo com a advogada de Waldemiro, Joana Moro, a laudo foi feito sem a profissional conhecer ou sequer ter entrevistado seu cliente. “Essa assistente social, inclusive, ficou afastada por um ano por conta da denúncia que a gente fez, por ter apresentado um laudo parcial e impreciso sobre o caso”, ressaltou a advogada.

Em relação ao assassinato da esposa, Waldemiro prestou depoimento à Polícia Civil e disse que a mulher foi morta a tiros por dois homens que estavam em uma moto.

Ele afirmou que o caso se tratou de um latrocínio, já que os bandidos teriam anunciado o assalto, mas Solange correu dos bandidos enquanto ele protegia as crianças.  Os motoqueiros fizeram vários disparos atingindo 5 tiros nas costas da vítima. O crime aconteceu no momento em que ela iria entregar os filhos para passar o final de semana com pai, já que os dois, à época, estavam separados havia seis meses e compartilhavam a guarda das crianças.

Joana ressalta que Waldemiro foi apontado como suspeito do crime pelo fato de ser marido de Solange, mas no processo “nunca foi pedida as imagens do circuito das câmeras de segurança da prefeitura ou da rua onde aconteceu o assassinato”.

“Também quebraram o sigilo bancário e telefônico do meu cliente, mas nunca encontraram nada contra ele”, afirma a advogada.

Segundo ela, Waldemiro também conseguiu laudos médicos que concluíram que ele nunca teve distúrbio de personalidade.

Destaca que as investigações da Polícia Civil são imprecisas e cheias de falhas, pois não verificou que Solange havia denunciado uma fraude no INSS, quando usaram o nome dela de maneira indevida, a colocando como proprietária de uma casa noturna. Solange era servidora federal e trabalhava no INSS da cidade de Sinop (500 km de Cuiabá).

Joana detalha que a mulher denunciou  o caso dois meses antes de ser morta e que chegou a comentar com o ex-marido, Waldemiro, que estava com medo, pois se tratava de uma situação muito séria.

No processo também consta que o ex-amante de Solange, conseguiu comprovar que era pai do menino de 12 anos, por meio de um exame de DNA. Mas Joana destacou que um novo exame está sendo feito, e que independente do resultado, Waldemiro se considera pai das duas crianças, por tê-las criado desde o nascimento. O casal havia se separado e Solange voltou para casa grávida e disse que Waldemiro era o pai. 

A advogada também disse que o homem impede que Waldemiro tenha acesso aos filhos, e que já mudou de endereço várias vezes sem fazer um comunicado prévio à Justiça.

“Posso dizer que o meu cliente não tem mais vida. Ele vive em função de recuperar a guarda dos filhos. Vasculharam a vida dele, não encontraram nenhuma prova que ele seja o autor do crime, e mesmo assim retiraram a guarda dos filhos”, enfatizou a advogada.

Disse ainda que a defesa elaborou uma petição com 600 páginas em que comprova os erros processuais, bem como as falhas contidas no laudo que atestou que Waldemiro sofre de desvio de personalidade.  

Ao ter acesso ao documento, o Ministério Público Estadual (MPE) argumentou que petição é complexa e precisa ser analisada minuciosamente. “Quanto tempo mais isso vai demorar? Já tem quatro anos e meio que o meu cliente está ser ver os filhos. É muito sofrimento para um pai”.  

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