KEKA WERNECK
DA REDAÇÃO
Pelo segundo dia consecutivo, Cuiabá e Várzea Grande amanheceram sem ônibus coletivos.
Em duas assembleias, a categoria decidiu parar alegando que somente quando fazem isso conseguem melhorar as condições de trabalho.
Motoristas e funcionários de quatro empresas e de diversos donos de micro-ônibus que exploram o serviço na Grande Cuiabá estão em greve desde a meia noite de quinta-feira (28).
>>> Clique aqui e receba notícias de MT na palma da sua mão
Nas ruas, somente carros particulares, caronas e os mototaxistas estão “salvando” quem não tem condições de desmarcar compromissos.
Há congestionamentos mais intensos em pontos, como na região do Centro Político Administrativo, onde isso já é rotina.
O tenta falar desde a noite desta quinta-feira (28) com dirigentes do Sindicato dos Motoristas mas eles não estão atendendo telefonemas.
A categoria está obrigada por decisão judicial a manter 80% da frota em horário de pico e 50% nos demais horários.
Em nota enviada por e-mail, o comando de greve nega descumprimento de ordem judicial, já que a obrigação de atender à população é do empresariado e não dos trabalhadores.
CONFIRA A NOTA
NOTA DE GREVE DO TRANSPORTE COLETIVO URBANO
O presidente do Sindicato dos Motoristas Profissionais e Trabalhadores em Empresas de transporte terrestre de Cuiabá e Região –STETTCR, vem por meio deste informar toda a sociedade quanto todos os andamentos de nosso ordeiro Movimento Grevista.
Informamos a todos que até o momento a nossa entidade vem cumprindo às duras penas e ao pé da letra, todas as determinações judiciais e ainda agindo de boa fé e com ética em todas nossas ações.
Mesmo diante da grave situação, conseguimos com muito esforço disponibilizar não apenas uma parte, mas, 100% dos trabalhadores na porta das empresas.
No entanto, ocorreu que os administradores das empresas não tiveram os argumentos suficientes e necessários para convencer os trabalhadores a continuarem trabalhando sem atender nossas justas reivindicações.
Por tudo exposto, esclarecemos também, que não é dever dessa entidade classista, agir com opressão perante seus representados, uma vez que tais atitudes vai a flagrante desencontro com nossos valores e com tudo aquilo que propõe nosso sindicato.
Sendo assim, não há que falar em descumprimento de ordem judicial e, nem, de multa, uma vez que a obrigação de manter o mínimo do transporte coletivo e com qualidade aceitável é dever do Municipio e das concessionárias.
Salientamos por último que continuaremos colaborando para que se resolva o mais rápido possível esse conflito e tudo voltar a normalidade.
Está marcada para o início da tarde no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) uma segunda rodada de negociação com os patrões.
NEGOCIAÇÕES
Está marcada para o início da tarde no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) uma segunda rodada de negociação com os patrões.
A primeira foi realizada na terça-feira (26), convocada pela desembargadora Maria Beatriz, na intenção de evitar a greve.
Mas em duas assembleias, a categoria decidiu parar alegando que somente quando fazem isso conseguem melhorar as condições de trabalho.
REIVINDICAÇÕES
O empresariado concordou em pagar R$ 2 mil em carteira aos motoristas, que estão recebendo R$ 1.500.
Concordou também em aumentar de R$ 100 para R$ 110 o tíquete alimentação de imediato e para R$ 120, em janeiro, descartando o valor reivindicado pelos trabalhadores que é de R$ 150.
Quanto à comissão para exercerem a função de cobrador o empresariado aceita reajustar de R$ 200 para R$ 230 de imediato e para R$ 240 em janeiro.
Para os demais funcionários, a proposta é de reposição das perdas de 8,5%, valor referente ao INPC e aumento do tíquete alimentação de R$ 50 para R$ 65, de imediato.