RAFAEL DE SOUSA
DA REDAÇÃO
A troca de membros da direção do Hospital Jardim Cuiabá virou caso de polícia na manhã desta quinta-feira (19) depois que integrantes da atual administração tentaram retirar da unidade dezenas de caixas com documentos em uma caminhonete Mitsubishi L200 Triton pertencente ao ainda presidente do hospital, Arilson Arruda.
A confusão começou por volta de meio dia após os advogados da empresa Importadora e Exportadora Jardim Cuiabá Ltda, que assumiu a gestão do Jardim Cuiabá nesta sexta-feira (20), por determinação da Justiça, impediram a saída do veículo que estava no estacionamento do hospital.
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A Polícia Militar foi acionada pelos advogados da empresa Importadora e Exportadora sob argumento de que os membros da atual gestão estariam descumprindo uma decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), que termina que a gestora disponibilize os equipamentos para a continuidade dos atendimentos médicos.
Diante do impasse, a PM encaminhou a caminhonete com o material à Central de Flagrantes, no bairro Planalto, em Cuiabá, onde os envolvidos devem prestar depoimento.
Para os advogados da Importadora e Exportadora, a atual administração do Hospital Jardim Cuiabá desrespeita a decisão do juiz Yale Sabo Mendes, da 7ª Vara Cível de Cuiabá, que proíbe a gestora de recolher equipamentos da unidade sob pena de multa no montante de R$ 1 milhão, como alvarás e documentos.
No entanto, a gestão atual argumenta que a decisão do magistrado veta apenas a retirada dos aparelhos e não de documentos. Ainda por meio da assessoria de imprensa a administração declarou que os documentos retirados do hospital são administrativos e não têm relação com prontuário de pacientes, como a empresa que assumirá a gestão afirma.
Juiz autorizou
Na tarde desta quinta-feira, o juiz Yale Sabo Mendes autorizou - por meio de um pedido feito pelo presidente do Hospital Jardim Cuiabá, Arilson Arruda – a atual gestão está permitida a retirar documentos que compõe seu sigilo comercial e dos seus sócios, além de pedir investigação da Corregedoria-Geral da Polícia Militar sobre eventual conduta irregular do militares durante a ação.
“Os litigantes tiveram 30 dias para realizarem a transição da administração do Hospital e durante esse ínterim, pasmem, somente agora, nas últimas horas de esgotar o prazo para cumprimento é que iniciaram os trabalhos de encerramento de suas atividades, e vem comunicar que estão sendo impedidos de retirar documentos pessoais dos sócios que se encontra arquivados dentro do hospital, como declaração de imposto de rena de pessoa física, fotos pessoais e de seus familiares”, diz trecho da decisão (veja a íntegrado documento).
O caso
O Tribunal de Justiça autorizou, por decisão liminar, a rescisão do contrato de arrendamento entre a Importadora e Exportadora Jardim Cuiabá Ltda, que é a proprietária da estrutura, e a arrendatária, a empresa Hospital Jardim Cuiabá Ltda. A medida autoriza a empresa a retomar a administração da unidade e determina que os atuais gestores, os médicos Fares Hamed Abouzeid Fares e Arilson Costa de Arruda, deixem a administração.
A briga começou devido à discordância entre os sócios do hospital. Dos 15 cotistas, apenas os médicos Fares Hamed Abouzeid Fares e Arilson Costa Arruda decidiram firmar um contrato de arrendamento do prédio onde está localizado o hospital. Os outros 13, que a princípio não quiseram participar do contrato, voltaram atrás e, desde 2013, brigam na Justiça para ter direito à utilização do local.
