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Cuiabá, 13 de Maio de 2024
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29 de Novembro de 2015, 07h:58 - A | A

GERAL / "MORTA EM FORNO DE PIZZARIA"

Mãe comove ao dizer que não pode enterrar filha, mas Politec contesta

Assessoria de Politec afirma que a mãe assinou laudo abrindo mão de enterrar os restos mortais., ela move um processo contra o Estado. Politec pode doar as cinzas para estudos.

JOÃO RIBEIRO
DA REDAÇÃO



Completamente emocionada e chorando muito, Maria Eunice Pereira dos Santos, de 52 anos, mãe Katsue Stefane Santos Vieira, de 25 anos, morta a facadas, que em seguida teve o corpo queimado em uma fornalha de uma pizzaria, no bairro Barbado, em Cuiabá disse que, após quase quatro anos do crime, ainda tenta enterrar os restos mortais da filha. O depoimento dela foi dado aos jurados que condenaram a 17 anos de prisão, o réu confesso, Weber Melquis Venandes de Oliveira, em um julgamento, que durou cerca oito horas; o mesmo foi presidido pela juíza Mônica Catarina Perri.   (LEIA MAIS AQUI).

A Politec ainda destacou que as cinzas continuam no Instituto Médico Legal (IML), mas que a qualquer momento podem ser doadas para estudos ou ser enterradas sem a presença de qualquer familiar.

Apesar do depoimento comovente da mãe, a Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), afirmou ao #reportemt que, ainda em 2012, a Justiça determinou a entrega dos restos mortais à Maria, para que ela realizasse o enterro. No entanto, a mãe teria assinado uma declaração abrindo mão do sepultamento.

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A Politec ainda destacou que as "cinzas" continuam no Instituto Médico Legal (IML), mas que a qualquer momento podem ser doadas para estudos ou ser enterradas sem a presença de qualquer familiar.

Ainda de acordo com o órgão, o material chegou ser submetido ao exame de DNA, que teve o material genético comparado com o de uma irmã de Katsue. O laudo que apontou positivo foi concluído no dia 8 de fevereiro, de 2012.

“Com a descoberta da morte da minha filha só aconteceu sofrimento em minha vida e até hoje eu não pude enterrá-la. A minha vida está completamente destruída, desde então eu tenho constantes consultas com psicólogos e preciso tomar remédios controlados”, disse Maria

COMOVEU JURADOS

Durante o depoimento, Maria comoveu a banca do júri dizendo que a filha morta deixou um casal de netos ainda crianças, sendo que ambos à época tinham 7 e 5 anos. Segundo a mãe, Katsue era muito presente na vida dos filhos, que desde a morte dela, os dois estão sendo cuidados pela família do pai.

Sobre o dia do brutal homicídio, Maria disse que foi acordada, na madrugada, pela sobrinha que a informou sobre o desparecimento de Katsue. No entanto, a mãe lembrou que às vezes a filha sumia, já que as duas sempre brigavam por conta que a vítima saia constantemente de madrugada. Por isso, a mulher destacou que não se preocupou com o desaparecimento, mas que não conseguiu dormir.

Já pela manhã, ainda do dia 3 de fevereiro, Maria contou aos jurados que soube do assassinato pela mídia. Ela reconheceu pertences pessoais da filha e percebeu que Katsue havia sido morta.

“Com a descoberta da morte da minha filha só aconteceu sofrimento em minha vida e até hoje eu não pude enterrá-la. A minha vida está completamente destruída, desde então eu tenho constantes consultas com psicólogos e preciso tomar remédios controlados”, disse Maria com a voz embargada.

Por isso, desde 2012, a mãe move uma ação indenizatória contra o Estado pelos transtornos que a falta do sepultamento teria causado à ela e ao restante dos familiares. Porém, até hoje a Justiça não deu nehnhua sentença.

A CONDENAÇÃO

Condenado em regime fechado, a defesa de Weber, o advogado Paulo Fabriny, conduziu o pedido de absolvição alegando, a todo momento, que a pena fosse reduzida. Já que o réu confessou o crime, alegando estar sob a influência de álcool e cocaína. Além disso, o assassino também estaria desintoxicado e frequentando cultos evangélicos na ala do presídio Centro de Ressocialização de Cuiabá (antigo Carumbé).

Apesar das alegações da defesa, o promotor lembrou que Weber cometeu o crime friamente e que mesmo Katsue morta, ainda queimou o cadáver para ocultá-lo.

O CRIME

Segundo a acusação feita pelo Ministério Público Estadual (MPE), Weber estava com Katsue e uma amiga em uma boate, próxima a Rodoviária de Cuiabá. Eles consumiram drogas e alegando querer mais, o acusado disse para que fosse até a casa dele, localizada no bairro Barbado, na capital.

Como Weber estava de motocicleta, apenas Katsue foi para o local. Na residência, também usada como pizzaria, ele matou a vítima a facadas. Em seguida, ascendeu o fogo do forno e jogou o cadáver dentro. O assassino foi preso ainda no dia do crime e levado ao Carumbé.

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