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Cuiabá, 19 de Maio de 2024
19 de Maio de 2024

06 de Novembro de 2018, 15h:10 - A | A

GERAL / 'NOVA SERRA PELADA'

Governo acusa garimpeiros de 'usurpar patrimônio da União' em Aripuanã

O Departamento Nacional de Produção Mineral vê ação dos garimpeiros como violação ao meio ambiente, além do grave risco de desmoronamento de terra.

MARCIO CAMILO
DA REDAÇÃO



O Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) classificou o garimpo - que funciona ilegalmente na fazenda Dardanelos em Aripuanã (a 956 km ao Nordeste de Cuiabá) - como “grave violação ao meio ambiente e usurpação do patrimônio mineral da União”.

O garimpo, em área particular, foi descoberto há cerca de dois meses e ganhou o apelido de “Nova Serra Pelada”. Atualmente, mais de duas mil pessoas estão na região, que fica a cerca de 10 km da cidade de Aripuanã.

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O DNPM confirmou, por meio de nota, a existência do metal precioso na área, no entanto, ressaltou que a autorização para garimpar ainda é analisada pelo departamento, principalmente, por conta das características do local, onde o ouro encontra-se na rocha bruta, diferente das extrações permitidas pela legislação brasileira, no qual a lavra é feita em “colúvios, elúvios e aluviões”, ou seja, quando a rocha já se encontra degradada.

“Ademais, na invasão, além da usurpação do bem da União, configura-se uma violenta agressão ambiental, com utilização de máquinas escavadeiras/carregadeiras, também sem qualquer licenciamento ambiental do Estado”, enfatizou o DNPM.

Outra preocupação que surgiu é o risco iminente de desmoronamento de terra, já que os garimpeiros abriram grandes galerias subterrâneas, sem qualquer critério técnico, para extrair o ouro. 

A autarquia federal informou que uma reunião está marcada para a próxima quinta-feira (8), na Câmara de Vereadores de Aripuanã, para que a situação do garimpo seja discutida “na busca de uma solução pacífica e imediata de paralisação da atividade em áreas já tituladas ou livres sem autorização de Lavra”.

Devem participar do encontro, representantes da Prefeitura de Aripuanã, o dono da área, lideranças locais, os garimpeiros, além do representante da empresa que faz a extração do minério na região. 

A Polícia Federal e Ministério Público já abriram inquérito para investigar a exploração ilegal do minério.

Confira a nota do DNPM:

Sobre a atividade de “Garimpo” no Município de Aripuanã, neste Estado do Mato Grosso, noticiada nos diferentes meios de comunicação, inclusive nos instrumentos das redes sociais, temos a informar o que segue:  

1. As pessoas que apareceram exercendo a atividade extrativa mineral noticiada, não têm a autorização do Departamento Nacional de Produção Mineral para exercerem a atividade; 

2. Toda e qualquer atividade de extração mineral no País sem título autorizativo é caraterizada como Usurpação do Patrimônio Mineral da União, uma atividade ilegal à luz da legislação mineral brasileira; 

3. O DNPM é a Autarquia Federal, vinculada ao Ministério de Minas e Energia, aonde as áreas são obrigatoriamente requeridas, por brasileiros e empresas sob as leis brasileiras, para obterem autorização da União para realizarem a pesquisa e a lavra de recursos minerais; 

4. A área invadida já se encontra titulada a terceiros com Alvará de Pesquisa Mineral outorgado, algumas já com pesquisa mineral concluída, encontrando-se na fase de requerimento de lavra em análise para outorga de portaria de lavra; 

5. Ademais, na invasão, além da usurpação do bem da União, configura-se uma violenta agressão ambiental, com utilização de máquinas escavadeiras/carregadeiras, também sem qualquer licenciamento ambiental do Estado; 

6. Está agendada uma reunião para às 17 horas da próxima quinta-feira, dia 08/11/2018, nas dependências da Câmara Municipal de Aripuanã, convocada pela Superintendência do DNPM/MT, em comum acordo com a Prefeitura de Aripuanã, com a participação de representantes dos órgãos envolvidos, já elencados, representante da empresa titular do direito minerário, proprietário das terras em pesquisa mineral, lideranças locais, inclusive de garimpeiros, na busca de uma solução pacífica e imediata de paralisação da atividade em áreas já tituladas ou livres sem autorização de Lavra; 

7. Cabe esclarecer ainda, que o minério cuja extração foi noticiada, não se encontra nas formas de ocorrência garimpável à luz da legislação brasileira. Trata-se de minério em rocha primária, cuja autorização para extração pressupõe a anterior realização de pesquisa mineral. 

8. A Permissão de Lavra Garimpeira-PLG para minério de ouro, à luz da legislação brasileira, só pode ser outorgada nos casos aonde ele ocorre em colúvios, elúvios e aluviões, situação onde ele se apresenta já desagregado da rocha mãe hospedeira. Não é o caso em questão, cujo minério de ouro está alojado na rocha primária; 

9. Por fim, informamos que verificada a situação dos direitos minerários prioritários nas bases de dados deste órgão gestor dos recursos minerais brasileiros, na região noticiada e, constatada a ilegalidade da extração mineral noticiada, de ofício, esta Superintendência do DNPM no Estado do Mato Grosso, comunicou tal situação ao Ministério Público Federal em Cuiabá, à Policia Federal e à Secretaria Estadual de Meio Ambiente.

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