CAROL SANFORD
DA REDAÇÃO
A Organização Não Governamental (Ong) Cruz Vermelha deu início neste domingo (12) à uma campanha de arrecadação de donativos para os desabrigados do município de Campo Novo do Parecis (444 km de Cuiabá). A cidade está alagada após chuvas intensas caírem na região desde a última quinta-feira (9) e quase mil famílias, o que totaliza cerca de quatro mil pessoas, ficaram desabrigadas no fim de semana.
“Começamos a campanha após a decretação do estado de emergência no município. As pessoas perderam seus pertences e estão alojadas em escolas, pois não podem voltar para suas casas. Os donativos as ajudarão a seguir em frente”, disse o organizador do movimento.
O organizador do movimento, Ruy Barbosa do Nascimento, afirmou que a prioridade é para a doação de colchões, calçados, roupas, principalmente para crianças, e alimentos.
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“Começamos a campanha após a decretação do estado de emergência no município. As pessoas perderam seus pertences e estão alojadas em escolas, pois não podem voltar para suas casas. Os donativos as ajudarão a seguir em frente”, disse.
Ruy explicou que as doações estão sendo recebidas na sede da Cruz Vermelha, localizada na Avenida Historiador Rubens de Mendonça (do CPA), ao lado do Comando Geral da Polícia Militar. Tudo o que for arrecadado será levado ao município até a próxima quinta-feira (16).
“Também enviaremos equipes voluntárias de médicos, dentistas e enfermeiros para atender aos moradores. Nossa preocupação é com a disseminação de doenças por conta da água suja"
“Também enviaremos equipes voluntárias de médicos, dentistas e enfermeiros para atender aos moradores. Nossa preocupação é com a disseminação de doenças por conta da água suja”, contou o voluntário.
Segundo ele, a Cruz Vermelha também está de prontidão nos municípios de Várzea Grande, Chapada dos Guimarães, Alta Floresta e Diamantino. “Está chovendo muito nessas regiões, também, e o risco de alagamentos e grande”, pontuou Ruy.
Campo Novo do Parecis
O prefeito do Município, Rafael Machado, contou à imprensa local que o trabalho de drenagem realizado nos bairros mais atingidos obteve resultado e apenas 15 famílias ainda estão abrigadas em escolas.
Para ele, a principal preocupação é a proliferação de doenças.
“Rezamos também para que não volte a chover”, comentou. No entanto, a Defesa Civil prevê precipitações até quinta-feira (16) no Município.
Produtores
A enchente também atingiu as fazendas de soja, e milho de Campo Novo do Parecis. Os produtores ainda estão contabilizando os prejuízos. A presidente do Sindicato Rural local, Giovana Velke teve a fazenda inundada e cerca 400 hectares de plantações de diferentes propriedades ficaram alagadas.
Os produtores avaliam a possibilidade de replantio de parte da safra e temem que a superprodução de soja não se efetive, pois não podem fazer a colheita da produção.
Enchente
Em 48 horas choveu em Campo Novo do Parecis mais do que o previsto para o mês todo. Foram 310 milímetros de chuva e três mil pessoas atingidas pela enchente.
O bairro Jardim das Palmeiras foi o mais prejudicado. Conforme informações da Defesa Civil, o local que recebe a água pluvial daquela região, chamado de "piscinão", não suportou e transbordou, atingindo casas, comércio e instituições. Em análise preliminar da Defesa Civil, isso se deve ao avanço da pavimentação urbana sem um sistema eficiente de drenagem da água.
Uma equipe de engenheiros da Secid deve chegar a Campo Novo do Parecis no começo desta semana para fazer um estudo aprofundado da área e propor uma solução definitiva. Emergencialmente, a Prefeitura e voluntários fizeram um canal e, com apoio de uma máquina, estão fazendo a drenagem do lodo acumulado. Com isso, a maior parte das pessoas alojadas na Escola Municipal Jardim das Palmeiras retornou para suas casas.
Governador quer investigação
O governador Pedro Taques (PSDB) esteve neste domingo (12) em Campo Novo do Parecis. Ele sobrevoou a cidade e pediu que o Ministério Público Estadual (MPE) investigue as causas do alagamento.
Para Pedro Taques, o MPE deve investigar a destinação dos R$ 16 milhões utilizados para a realização da obra de pavimentação do bairro, que são apontadas como sendo de péssimas condições de drenagem de águas pluviais.
Veja o vídeo:
