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24 de Julho de 2016, 08h:30 - A | A

GERAL / PERIGO DA ENXAQUECA

Crises podem causar até AVC, alerta especialista; saiba quais os sintomas

Apesar da Ciência ainda não conhecer as causas de enxaqueca, neurologista Pedro de Miranda explica como o paciente pode evitar crises da doença.

CELLY SILVA
DA REDAÇÃO



Cerca de 6% da população tem enxaqueca, uma doença cuja causa ainda é pouco conhecida pela Ciência e que é facilmente confundida com dor de cabeça pelas pessoas. No entanto, a cefaleia ou, simplesmente, dor de cabeça, é apenas um dos sintomas desta doença crônica, genética e hereditária.

Além da dor de cabeça, a enxaqueca também tem como sintomas a intolerância à luz, ao som, aos odores e até mesmo ao toque no couro cabeludo, além de enjoos e náuseas.

Para explicar melhor os aspectos da enxaqueca, o conversou com o neurologista Pedro de Miranda. Com base em estudos divulgados pelas Sociedades Brasileira e Internacional de Cefaleia, o médico afirma que a enxaqueca, também conhecida como migrânea, se caracteriza basicamente por ser um dor unilateral, geralmente frontal, ou seja,  pessoa sente dor em um lado da cabeça, por isso o nome migrânea, que vem do grego e significa metade da cabeça.

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Além da dor de cabeça, a enxaqueca também tem como sintomas a intolerância à luz, ao som, aos odores e até mesmo ao toque no couro cabeludo, além de enjoos e náuseas. No caso da dor de cabeça, a dor pode ser tão forte e persistente, chegando a perdurar por dias, tornando a pessoa temporariamente incapaz.

Miranda explica que dentre os fenômenos cardíacos ligados à enxaqueca está a disautonomia, que é quando a pessoa fica pálida, tem queda de pressão, começa e suar frio, podendo até desmaiar.

Relação com doenças cardíacas

Essa dor forte também tem como característica a pulsação ou sensação de que a cabeça está latejando. Isso ocorre porque a enxaqueca tem muita ligação com o sistema cardiovascular. Durante uma crise de enxaqueca, ocorre o fenômeno da vasoconstrição, que é a compressão das artérias. Logo em seguida, elas se dilatam e começas a pulsar, causando uma dor latejante muito forte.

Miranda explica que dentre os fenômenos cardíacos ligados à enxaqueca está a disautonomia, que é quando a pessoa fica pálida, tem queda de pressão, começa e suar frio, podendo até desmaiar. Além disso, outro fenômeno que pode ocorrer é o chamado forame oval patente, que é uma má formação cardíaca, um buraco entre os dois átrios do coração. Pessoas com esse problema, geralmente, desenvolvem enxaqueca com aura, diz o médico.  

Tipos de enxaqueca

Miranda explica que dentre os fenômenos cardíacos ligados à enxaqueca está a disautonomia, que é quando a pessoa fica pálida, tem queda de pressão, começa e suar frio, podendo até desmaiar.

Existem sete tipos desta doença: enxaqueca comum, com aura, vertigem migranosa, basilar, hemiplégica, oftalmoplégica e enxaqueca sem dor. A mais enxaqueca comum é a mais frequente entre os pacientes, é o caso tipicamente confundido com dor de cabeça, que não apresenta os demais sintomas.

Outro caso comum é a enxaqueca com aura, que é quando a pessoa recebe um aviso visual de que terá uma crise enxaquecosa. Esse sinal visual, a aura, ocorre como uma mancha escura na vista, um embaçamento ou embaralhamento da imagem, riscos de luz parecidos com raios.

Miranda explica que dentre os fenômenos cardíacos ligados à enxaqueca está a disautonomia, que é quando a pessoa fica pálida, tem queda de pressão, começa e suar frio, podendo até desmaiar. 

A enxaqueca vertigem migranosa, mais conhecida como enxaqueca vertiginosa, também é uma das mais populares. É do tipo que a dor vem acompanhada de vertigem, sensação de tontura e rotação.

Comorbidades

É comum que pessoas que sofrem de enxaqueca desenvolvam outras doenças, as chamadas comorbidades, como depressão, ansiedade, fibromialgia, intestino irritável e, eventualmente, epilepsia.

Miranda alerta para os chamados “novos tratamentos” ou “remédios novos”. Segundo ele, não existe remédio novo para enxaqueca. O último medicamento lançado pela indústria farmacêutica ocorreu no ano 2000, ou seja, há 16 anos.

Diagnóstico e tratamento

O neurologista Pedro de Miranda é enfático ao afirmar que “não existe exame para diagnóstico de enxaqueca. É ilusão achar que tomografia, ressonância ou eletroencefalograma vão dar o diagnóstico de enxaqueca. O diagnóstico é clínico”. Segundo ele, não existem sinais físicos da doença, que só é descoberta após muita conversa entre o médico e o paciente e o conhecimento do histórico de saúde da pessoa e da família, já que o mal é hereditário.

Além disso, Miranda alerta para os chamados “novos tratamentos” ou “remédios novos”. Segundo ele, não existe remédio novo para enxaqueca. O último medicamento lançado pela indústria farmacêutica ocorreu no ano 2000, ou seja, há 16 anos.  

O tratamento para enxaqueca ocorre em duas vias: medicamentosa e mudança de hábitos. A via medicamentosa é de responsabilidade do médico, que, por conta da singularidade da doença, tem 30% de chances de erro. Por conta disso, Miranda ressalta a importância da conversa entre médico e paciente para saber se a medicação está surtindo efeito ou não. “Há necessidade do paciente queixar para o seu médico, ele tem que ter liberdade de falar: doutor, isso aqui não funcionou”, ensina.

É absolutamente vedada a automedicação. Isso vale para qualquer doença, mas, no caso da enxaqueca, que é facilmente vulgarizada e confundida com dor de cabeça, o alerta se dá por conta da gravidade da dor. Os analgésicos causam dependência, viciam e, com o passar do tempo, param de fazer efeito e, pior ainda, provocam o aumento da enxaqueca.

Mudança de hábitos

A enxaqueca exige alterações na rotina do paciente porque existem vários fatores que desencadeiam a crise, os chamados “gatilhos” da doença, ou seja, a única forma de prevenir que uma nova crise de enxaqueca venha é evitando esses gatilhos.

Dentre as medidas que o enxaquecoso deve tomar estão:

Praticar exercícios físicos.

Ter uma rotina diária de vida. “O indivíduo que é enxaquecoso vive bem quando ele tem rotina, quando ele tem hora para comer, hora para dormir, hora para acordar. Esse negócio de acordar cedo todo dia e quando chega o final de semana dorme até meio-dia é certeiro que vai ter crise”, alerta o neurologista.

Evitar alimentos industrializados que contenham glutamato em sua composição, como temperos prontos, molhos de tomate, ketchup, shoyu, embutidos, etc. “O indivíduo que é enxaquecoso tem que aprender a ler rótulo de alimentos industrializados para ver se tem glutamato”, ensina o especialista.

Evitar chocolate, melancia e melão. O porquê esses alimentos disparam a crise de enxaqueca ainda não é conhecido, mas já se observou a ligação deles com a doença.

Evitar estresse.

Evitar medicamentos que possam causar enxaqueca, o que deverá ser avaliado pelo médico.

De acordo com Pedro de Miranda, “a grande dificuldade que se tem não é medicar, é convencer o paciente que ele tem que mudar [...] É muito fácil terceirizar a responsabilidade toda para o remédio, só que só obtém o efeito do remédio e o efeito do remédio é parcial. Ele (paciente) quer obter um efeito integral? Então ele tem que mudar a rotina, levar um estilo de vida que se protege desse tipo de dor”, adverte o neurologista. 

Confira a entrevista com o neurologista Pedro de Miranda: 

 

 

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Scheila 25/07/2016

Agora acho que sei causa do meu Avc! Primeira dor de cabeça continua 2 convulsões e o avc

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1 comentários

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