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Cuiabá, 14 de Maio de 2024
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20 de Julho de 2018, 14h:10 - A | A

GERAL / ACUSADA DE TORTURA

Conselho militar vai interrogar tenente sobre morte de aluno bombeiro

Com a formação da cúpula, Izadora Ledur poderá ser interrogada e até julgada pela morte de Rodrigo Caio, durante treinamento na Lagoa Trevisan em Cuiabá, em novembro de 2016

MARCIO CAMILO
DA REDAÇÃO



A Justiça marcou para o dia 3 de agosto a audiência que irá definir os membros do Conselho Especial de Justiça para interrogar a tenente do Corpo de Bombeiros, Izadora Ledur de Souza Dechamps. Ela é acusada pelo Ministério Público Estadual (MPE) por tortura que resultou na morte do aspirante a Bombeiro Rodrigo Patrício Lima Claro, 21 anos, em novembro de 2016.

A audiência foi marcada pelo juiz da 11ª Vara Criminal Especializada de Justiça Militar, Murilo Moura Mesquita. O processo contra Ledur foi instaurado há mais de um ano e nesse período diversas testemunhas – tanto da acusação quanto da defesa – já foram ouvidas no caso.

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A tenente já deixou de ir a vários interrogatórios no Fórum de Cuiabá, durante as audiências de instrução. As faltas foram justificadas por meio de atestados médicos, que apontam que Ledur passou a sofrer de depressão crônica após ser acusada pela morte de Rodrigo.

A expectativa é que com a composição do Conselho Especial de Justiça – no próximo dia 2 agosto – Ledur possa finalmente ser ouvida e julgada no processo.  

Em abril deste ano, o juiz Marcos Faleiros transferiu o processo de Ledur da 7ª Vara Criminal para a Vara Especializada em Crime Militar.

A alteração foi por conta da Lei nº 13.491, de outubro de 2017. A lei em questão alterou o Decreto-Lei nº 1.001, de 21 de outubro de 1969, e determinou que os casos envolvendo supostos crimes de militares fossem julgados por um conselho da corporação. A regra passou a valer no final do ano passado. 

O caso

Depoimentos colhidos durante a última audiência indicam que Rodrigo foi submetido a intenso sofrimento físico e mental, por meio de seguidos afogamentos na Lagoa Trevisan, em Cuiabá, em novembro de 2016.

O procedimento é conhecido como “caldo” – que na prática é afogamento forçado durante o treinamento militar.  O MPE denunciou que como instrutora, a tenente possui um "perfil perverso”.

Recentemente, o ex-aluno bombeiro Maurício Santos, que participou do 15º curso de Formação do Corpo de Bombeiros, afirmou ter sido torturado por Ledur. Maurício afirmou que estaria morto caso não tivesse desistido das aulas.

Rodrigo era aluno do 16º Curso de Formação de Soldado Bombeiro do Estado de Mato Grosso e morreu no dia 15 de novembro de 2016. Ele passou mal durante aula prática de primeiros-socorros aquáticos na Lagoa Trevisan, quando Ledur atuava como instrutora.

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