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Cuiabá, 26 de Abril de 2024
26 de Abril de 2024

30 de Maio de 2015, 12h:10 - A | A

GERAL / CASO IDA VERÔNICA

Com pais biológicos presos, mãe adotiva quer a guarda definitiva da menina sequestrada

A faxineira criou a menina desde bebê até os 8 anos de idade, quando ela foi sequestrada em ação armada. A Polícia ainda não sabe o paradeiro da menina, mas afirma que ela deve voltar para o Brasil.

KEKA WERNECK
DA REDAÇÃO



A faxineira cuiabana Tarcila Gonçalina, mãe adotiva de Ida Verônica, de 10 anos, entrou na Justiça com pedido de guarda definitiva da menina, que é filha biológica de um casal acusado de tráfico de entorpecentes.

Aos 4 meses a menina foi adotada provisoriamente por Tarcila, que a criou até 8 anos, tendo em mãos o documento da guarda provisória dela.

O casal, que teria mandado sequestrar a menina de dentro da casa de dona Tarcila, em abril de 2013, foi preso na Itália, na última sexta-feira (22) e agora não se sabe como fica a situação da menina.

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Segundo a publicação de um jornal italiano, no depoimento realizado nesta quinta-feira (28), à Justiça da Itália, os pais de Ida Verônica revelaram que a menina está com a avó materna, na República Dominicana.

Dois advogados apoiam a faxineira Tarcila. Além disso, a defensora pública da União, Fernanda Tavares Homem de Carvalho, já pediu a repatriação da menina.

Tarcila afirma que, mais do que nunca, quer lutar pela tutela definitiva dela, a quem criou desde os 4 meses até 8 anos, idade que tinha quando foi sequestrada.

Ida Verônica é filha biológica do italiano Pablo Milano Escarfulleri, 48 anos, e da dominicana Elida Isabel Feliz, 37. Logo após a menina nascer, o casal foi preso no Brasil. Ainda recém-nascida, estava sozinha em um quarto de hotel, onde a filha de Tarcila trabalhava, e com a permissão da mãe, a levou para casa.

Aos 4 meses a menina foi adotada provisoriamente por Tarcila, que a criou até 8 anos, tendo em mãos o documento da guarda provisória dela.

Em 2010, em uma ação armada, Ida foi sequestrada dentro da casa de dona Tarcila em Cuiabá (MT). Desde este dia, a mulher nunca mais falou com a criança que criou por oito anos.

il giornale di vicenza

ida veronica

 Os pais acusados de tráfico teriam sequestrado os dois filhos.

"É difícil demais passar por isso. Sabe aquele brilho que a gente tem na vida? Pois é, eu perdi. Se ao menos me deixassem falar com ela”

“Entrei com a guarda definitiva, mas já tenho a provisória em mãos. Agora que prenderam os pais biológicos dela, como que fica a minha menina, daqui para ali?” – questiona. “Se vai ficar em abrigo (sob a tutela do Estado italiano) que fique comigo”.

Deprimida desde que a menina foi levada de dentro de sua casa, Tarcila diz que não tem nada que faça para amenizar a dor desta perda.

“Ave Maria, é difícil demais passar por isso. Sabe aquele brilho que a gente tem na vida? Pois é, eu perdi. Se ao menos me deixassem falar com ela”, reclama.

Dois advogados apoiam a faxineira Tarcila. Além disso, a defensora pública da União, Fernanda Tavares Homem de Carvalho, já pediu a repatriação da menina.

Desde que foi encontrada vivendo com os pais biológicos e o irmão, em janeiro deste ano, em Cassola, na Itália, a defensora conversa com o Ministério das Relações Exteriores e a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, através dos quais o Brasil fez o pedido de repatriação da menina. Mas o processo está parado. “Pelo menos, ainda não me informaram mais nada sobre isso”, lamenta a mãe adotiva, que está emotiva, chorando sempre que fala no assunto.

A Justiça brasileira luta para que eles voltem para o Brasil, mas a Justiça italiana contesta, já que a guarda dos brasileiros não era definitiva e além dos pais, as crianças têm outros parentes na Itália.

O casal voltará ao tribunal na próxima semana para discutir a prisão, o jornal italiano destaca que eles já obtiveram a 1ª vitória, já que o pedido de extradição para o Brasil foi negado.

Agora o impasse está quanto às crianças. A Justiça brasileira luta para que eles voltem para o Brasil, onde tinham pais adotivos, mas a Justiça italiana contesta a possibilidade, já que a guarda dos brasileiros não era definitiva e além dos pais, as crianças têm outros parentes na Itália.

 

A prisão dos pais biológicos aconteceu em razão de dois mandados de prisão, expedidos pela Justiça do Brasil. Os dois são acusados de serem os mandantes do sequestro dos filhos.  À época do crime, os acusados não tinham a guarda dos filhos.

 

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